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Bolsa acompanha exterior positivo e recupera perdas da véspera

Ibovespa subiu 1,44%, aos 84.510,35 pontos; depois de alcançar maior patamar em 16 meses, dólar recuou para R$ 3,4104

Por Simone Cavalcanti , Ana Paula Ragazzi e Mateus Fagundes
Atualização:

Com uma relativa trégua na tensão política no Brasil, os ativos do mercado acionário local tiveram espaço para responder positivamente aos sinais externos, como a valorização forte das commodities e o bom-humor que embalou as bolsas europeia e americana. O Ibovespa passou o dia em alta para fechar a sessão de negócios valorizado em 1,44%, aos 84.510,35 pontos.

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Em decorrência do otimismo, o volume de negócios também aumentou em relação aos últimos dias chegando a R$ 11,2 bilhões.

Tom mais conciliador do presidente da China, Xi Jinping, ajuda a aliviar temores relacionados à atual disputa comercial com EUA 

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Na tarde desta terça-feira, 10, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse acreditar que o pedido do PEN (atual Patriotas) de liminar impedindo prisão após condenação em segunda instância não deve ser julgado amanhã, em função da prioridade dada para a apreciação dos habeas corpus do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e do deputado Paulo Maluf (PP-SP), que estão na pauta da sessão da Corte para esta quarta-feira.

Caso o ministro Marco Aurélio Mello resolva levar a liminar à mesa, Moraes disse que cabe à presidente Cármen Lúcia decidir se e quando o processo pode ser julgado.

Ivan Kraiser, sócio-gestor Garín Investimentos ressalta que, dos cerca de 1.100 pontos que o índice à vista oscilou desde o fechamento de ontem, 400 estavam relacionados às negociações com os papéis da Petrobras e 350 com o da Vale. O desempenho da petroleira estatal foi influenciado pela forte valorização das cotações do petróleo no mercado internacional.

Petrobras ON fechou com ganhos de 3,93% enquanto a PN, 4,24%. Já a Vale ON, que valorizou 4,40%, seguiu o minério de ferro que subiu 2,11% na China e também com as declarações do presidente da China, Xi Jinping, a respeito da possibilidade daquele país de ampliar o acesso externo ao mercado chinês ainda este ano.

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A despeito do fôlego de hoje, as dúvidas com a cena eleitoral seguem pairando no ar. O economista-chefe do Itaú Unibanco, Mario Mesquita, afirmou hoje que a incerteza eleitoral não está sendo dirimida. Ao contrário, segue muito alta e está preocupando os agentes do mercado. "A incerteza segue bastante elevada", disse ele. Questionado se o otimismo do mercado teria chegado ao fim, Mesquita disse acreditar que não. "O mercado mundial segue favorável e induz a um certo otimismo. Com este pano de fundo, o mercado pode voltar a se animar".

Dólar. Depois do estresse da segunda-feira, quando alcançou maior patamar em 16 meses, o dólar à vista devolveu um pouco da alta e encerrou o dia a R$ 3,4104, cedendo 0,28% e mantendo a casa dos R$ 3,40. Na B3, o dólar para maio estava em baixa de 0,35% a R$ 3,416, às 17h16. O giro dos negócios no futuro (vencimento de maio) estava em cerca US$ 23 bilhões; no mercado à vista, somou US$ 1,9 bilhão.

O Itaú projeta que a taxa de câmbio vai fechar o ano em R$ 3,25 - passada qualquer incerteza maior sobre a continuidade da política econômica, a taxa deve oscilar menos. Mesquita avalia que o ambiente externo tem contribuído para a valorização do dólar, mas de um tempo para cá, o real passou a sofrer um pouco mais de pressão que as moedas de outras economias emergentes, influenciado pela elevada incerteza eleitoral. "O tempo está passando e a incerteza eleitoral não está sendo dirimida. Ao contrário, segue muito alta e está preocupando os agentes do mercado", disse.

Às 17h27, o dólar avançava 3,68% ante o rublo. Em relação a outras moedas, se desvalorizava: ao rand sul-africano (-0,36%), peso chileno (-0,61%), dólar canadense (-0,78%) e dólar australiano (-0,84%).

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Mercados internacionais. O pedido formal de desculpas no Senado dos Estados Unidos feito pelo presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, por causa do uso inadequado de dados de usuários da rede social, embalou os ganhos do mercado de ações em Nova York nesta tarde.

A sessão já era marcada pelo rali de ativos de risco diante de sinais de diminuição da tensão comercial entre China e EUA após um aclamado discurso do líder chinês, Xi Jinping, ainda na madrugada.

O tom de Zuckerberg agradou os investidores. A visão é de que a postura dele frente aos senadores hoje deve se repetir amanhã na Câmara americana, e evitar um processo mais duro pelos parlamentares.

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As ações da companhias avançaram 4,5% nesta sessão em Nova York, onde o índice Dow Jones subiu para 24.408 pontos (+1,79%), o Nasdaq saltou para 7.094,30 pontos (+2,07%) e o S&P 500 encerrou em 2.656,87 pontos (+1,67%).

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