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Bolsa sobe com cenário exterior e clima político mais calmo

Sustentado pelo avanço das negociações sobre a Grécia na Europa e por um dia de calmaria na política nacional, Ibovespa fecha com valorização 1,99%, aos 51.966,58 pontos; índice termina semana com ganhos de 6,94%, melhor resultado em quatro meses

Por Fabrício de Castro
Atualização:

A busca por ativos de maior risco no exterior, favorecida pelo avanço das negociações sobre a Grécia na Europa, também fez a Bovespa ter fortes ganhos nesta sexta-feira. As blue chips Vale e Petrobrás figuraram entre os destaques de alta, em um dia de maior calmaria no âmbito político brasileiro. O Ibovespa fechou com valorização de 1,99%, aos 51.966,58 pontos, e terminou a semana com ganhos de 6,94%. Foi a melhor semana para a Bolsa em quatro meses, desde a encerrada em 21 de novembro.

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Na mínima da sessão, a Bovespa marcou 50.964 pontos (+0,02%) e, na máxima, 52.286 pontos (+2,61%). O giro financeiro foi de R$ 8,536 bilhões. No ano, até agora, a Bolsa brasileira acumula ganhos de 3,92%. E, em março, pela primeira vez, passou a acumular alta, de 0,74%.

A Bolsa paulista já iniciou o dia com elevação, ecoando o clima melhor no exterior em função da Grécia. Nesta sexta-feira, o país pagou uma parcela de € 340 milhões de um empréstimo com o FMI e o primeiro-ministro Alexis Tsipras afirmou que a "Grécia sai mais otimista do encontro" com líderes europeus, realizado nesta sexta-feira. A Alemanha ainda é um obstáculo, sendo que a chanceler Angela Merkel aguarda uma lista de reformas da Grécia para a próxima semana, mas já se mostrou aberta à possibilidade de desembolsos antecipados para Atenas. Com a parcela de € 340 milhões, a Grécia já saldou quase € 1 bilhão do total de € 1,5 bilhão que tem a pagar ao FMI neste mês.

Ibovespa terminou a semana com ganhos de 6,94%,melhor resultado em quatro meses Foto: Estadão

Segundo profissionais ouvidos pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, o clima melhor lá fora, com alta das bolsas europeias, norte-americanas e também do petróleo, além do cenário político doméstico mais tranquilo, favoreceram a nova sessão de ganhos na Bovespa.

Um dos fatores para renovação de ordens de compras foi o discurso feito pela presidente Dilma Rousseff no Rio Grande do Sul. Dilma fez uma defesa veemente do ajuste fiscal e, entre outras coisas, afirmou que o governo fará um contingenciamento "expressivo" no Orçamento tão logo o projeto de lei orçamentária seja sancionado. Afirmou ainda que o ajuste é feito para garantir a continuidade do consumo e do crescimento e, por isso, "fazemos questão que seja aprovado". Ela ainda declarou que a meta de superávit primário de 1,2% do PIB em 2015 só será cumprida com as medidas que foram encaminhadas ao Congresso Nacional e o contingenciamento que o Executivo pretende fazer "o mais rápido possível".

O mercado gostou do que ouviu e, no fim da tarde, até ampliou a busca por ações da Vale e da Petrobrás, que terminaram nas cotações máximas do dia. Vale ON subiu 5,74%, aos R$ 20,25, e Vale PNA teve ganho de 4,70%, aos R$ 17,38, enquanto Petrobrás ON avançou 5,41%, aos R$ 9,16, e Petrobrás PN teve ganho de 5,06%, aos R$ 9,35. Os papéis da Estácio subiram 12,47%, favorecidos pela divulgação do balanço da empresa na noite desta quinta-feira. A empresa do setor educacional teve lucro líquido de R$ 80,9 milhões no quarto trimestre de 2014, alta de 79,4% ante o mesmo período de 2013.

Em Nova York, o Dow Jones subiu 0,94%, aos 18.127,65 pontos, o S&P 500 teve ganho de 0,90%, aos 2.108,06 pontos, e o Nasdaq subiu 0,68%, aos 5.026,42 pontos.

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No mercado futuro brasileiro, o dólar para abril segue em baixa firme ante o real, aos R$ 3,2375 (-2,03%). O viés de baixa para o dólar vindo do exterior segue favorecendo a realização de lucros (venda de moeda) no Brasil nesta reta final da semana. Na sessão estendida da renda fixa, o contrato de DI com vencimento em julho de 2015 projetava 13,100%, de 13,120% no ajuste desta quinta-feira; o DI para janeiro de 2016 apontava 13,68%, ante 13,77%; o DI para janeiro de 2017 marcava 13,56%, ante 13,65% no ajuste da véspera; e o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 13,10%, de 13,21%.

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