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Bolsa volta a subir depois de quase 3% de perdas acumuladas em abril

Sobe e desce do mercado financeiro estaria associado à carência dos investidores por um candidato à Presidência com agenda reformista e chances reais de vitória nas eleições, diz analista

Por Paula Dias
Atualização:

Uma terça-feira, 17, tranquila na economia brasileira, acompanhada pela agenda considerada fraca pelo mundo afora, determinou a reação da B3, a Bolsa paulista, que fechou o dia com ganhos de 1,48%, fazendo com que seu principal índice, o Ibovespa, retomasse o patamar dos 84 mil pontos.

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Contribuiu para o desempenho do Ibovespa a alta das Bolsas em Nova York, impulsionadas pelos papéis de tecnologia, após os bons resultados do primeiro trimestre reportados pela empresa de streaming de vídeos Netflix.

Sobe e desce do mercado financeiro estaria associado à carência dos investidores por um candidato à Presidência com agenda reformista Foto: Estadão/Gabriela Biló

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Com isso, o mercado financeiro retomou um pouco das perdas acumuladas em abril. Após a queda de segunda-feira, a Bolsa acumulava queda de quase 3% no mês. E nesta terça-feira, o índice terminou o dia aos 84.086,12 pontos e com R$ 8,7 bilhões em volume de negócios realizados. 

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Sobe e desce. Para analistas, essa volatilidade (queda em um dia, alta em outro), que desafia a vida dos investidores de renda variável, deve prosseguir à medida que se aproximam as eleições e não se definem os candidatos. Trocando em miúdos, o mercado não encontra um político favorável às reformas econômicas, como da Previdência, para chamar de seu.

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Carlos Soares, da Magliano, afirma que a questão fiscal é a que mais preocupa o investidor estrangeiro, que não vê clareza nos pré-candidatos que lideram as pesquisas eleitorais, que ele classifica como candidatos "quase reformistas". 

"Não está claro o encaminhamento que esses pré-candidatos pretendem dar à questão fiscal. Se houvesse maior clareza, talvez o estresse fosse menor. Por conta dessa incerteza, o investidor estrangeiro tende a aguardar essas sinalizações", disse o profissional, que observou maior apetite por conta dos estrangeiros na Bolsa. 

Dólar. No câmbio, o dólar à vista chegou a operar abaixo dos R$ 3,40, em meio a uma realização de lucros e ao fluxo positivo com operações de empresas exportadores e captações externas realizadas por companhias brasileiras, mas acabou fechando em leve baixa, aos R$ 3,41.

No exterior, a moeda americana perdeu força em relação à maior parte das divisas fortes e também de países emergentes, influenciada por declarações de representante do Federal Reserve, o banco central americano, Charles Evans. Segundo o dirigente, a inflação baixa nos Estados Unidos sinaliza que os Estados Unidos continuará a elevar os juros gradualmente. 

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No mercado de juros futuros doméstico, as taxas fecharam com viés de baixa, seguindo o desempenho do dólar e ausência de fatores que pudessem impactar os negócios. 

BRF. Na análise por ações, o dia foi de alta praticamente generalizada entre as blue chips da carteira do Ibovespa. Vale ON subiu 3,12%, apoiada pela alta dos preços do minério de ferro. Petrobras ON e PN subiram 1,83% e 1,99%, também incentivadas pela alta dos preços do petróleo. 

Um dos destaques do dia foi a ação da BRF, que iniciou o dia em queda significativa, mas virou para o positivo à tarde. O sinal negativo foi incentivado pela incerteza quanto às restrições às exportações de carne de aves do Brasil impostas pela Comissão Europeia. À tarde, a situação se inverteu durante a teleconferência de Luiz Fernando Furlan, indicado para presidir o Conselho de Administração da companhia, em substituição a Abílio Diniz. O discurso de coesão do herdeiro da Sadia foi bem recebido e BRF ON terminou o dia em alta de 0,10%.

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"Furlan é um profissional conhecido por entregar resultados. E é justamente isso que a companhia busca neste momento", disse o analista da Magliano, ao justificar a melhora dos papéis.

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