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Bolsas da Europa perdem com temor de inflação

Dados fracos de vendas no varejo na Alemanha e desaceleração na atividade manufatureira na China também pesaram no resultado

Por Gabriel Bueno e da Agência Estado
Atualização:

Os principais índices do mercado de ações da Europa fecharam em queda forte hoje. O índice pan-europeu Stoxx Europe 600 teve uma queda no trimestre de 17,1%, e nesta sexta-feira recuou 1,19%, ou 2,72 pontos, para 226,18 pontos. As bolsas foram puxadas para baixo por temores sobre uma crescente inflação na zona do euro, dados fracos de vendas no varejo na Alemanha e desaceleração na atividade manufatureira na China.

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Entre as piores quedas estavam os bancos, com a crise da dívida soberana seguindo à frente entre os temores dos investidores. Société Générale caiu 5,1% em Paris. O UBS rebaixou o banco francês de "comprar" para "neutro", dizendo que a ação entrou em um cenário de "estresse",em sua avaliação. Deutsche Bank fechou em queda de 6,8% na Alemanha.

Os dois bancos estiveram entre as principais quedas em seus respectivos mercados, com o índice DAX 30, da Bolsa de Frankfurt, caindo 2,44%, para 5.502,02 pontos. Já o CAC 40, na Bolsa de Paris, recuou 1,51%, para 2.981,96 pontos. Os dois índices tiveram perdas de mais de 25% no trimestre.

O estrategista-chefe de mercados da IG Index, David Jones, disse que a resposta demorada dos políticos à crescente crise continua a descontentar os operadores de mercado. "Eu estou surpreso com o mercado ser tão paciente com os políticos. O risco é que nós cairemos mais, já que as coisas parecem tão obscuras", acrescentou.

As perdas para os bancos e no restante do mercado pioraram após um inesperado aumento no índice de inflação de preços ao consumidor na zona do euro, que subiu em setembro para 3%, em número anualizado, de 2,5% em agosto.

As companhias de artigos de luxo também estavam entre as piores performances, por temores sobre a China, um importante mercado em crescimento para o setor. Dados da China mostraram que o setor de manufatura se contraiu pelo terceiro mês seguido em setembro. As ações do Burberry Group caíram 2,2% em Londres, ajudando a empurrar o FTSE 100 para fechar em -1,32% aos 5.128,48 pontos.

Em Paris, a proprietária da Gucci PPR recuou 6,1%, enquanto a fabricante de relógios Swatch recuou 7% no mercado suíço. Os fabricantes de carros alemães, que também dependem da China para crescer, foram bastante afetados. BMW caiu 5,3%, e a Volkswagen, 5,9%. As ações do grupo supermercadista alemão Metro AG caíram 4,3%, após o Escritório de Estatísticas Federal informar que as vendas no varejo sazonalmente ajustadas caíram 2,9% em agosto, em comparação a julho, bem acima da previsão de declínio de 0,1%.

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O melhor desempenho entre as ações que integram o Stoxx 600 ficou com a Lundin Petroleum, que disparou mais de 32% após informar sobre reservas de petróleo no Mar do Norte da Noruega, que podem conter entre 800 milhões e 1,8 bilhão de barris, quando as estimativas anteriores eram de entre 100 milhões e 400 milhões de barris. As ações da Statoil, que possui uma parcela dessa descoberta, subiram 3,4%.

Na Espanha, o governo anunciou que completou o plano para a recapitalização dos bancos do país e o governo vai assumir o controle de três problemáticos bancos de poupança. O índice Ibex 35, da Bolsa de Madri, fechou em queda de 0,53%, para 8546,60 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 recuou 1,25%, em 5.891,06 pontos. As informações são da Dow Jones.

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