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Bolsas da Europa têm queda, com notícias sobre Grécia e dado alemão

Também persistem incertezas sobre disposição da Espanha de pedir pacote de ajuda integral

Por Sergio Caldas
Atualização:

As bolsas europeias fecharam em queda nesta segunda-feira, influenciadas por preocupações com a difícil situação da Grécia e Espanha e por um indicador decepcionante da Alemanha, a maior e mais dinâmica economia da problemática zona do euro. O índice Stoxx Europe 600 encerrou o dia com baixa de 0,4%, aos 274,70 pontos.

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Segundo Morten Kongshaug, estrategista-chefe do Danske Bank, a Grécia voltou à lista de fatores que alimentam a aversão ao risco após a revista alemã <i>Der Spiegel</i> publicar no fim de semana que Atenas precisará cobrir um rombo de 20 bilhões de euros em seu orçamento para cumprir as condições impostas por credores internacionais. Em comunicado, o Ministério das Finanças grego desmentiu a reportagem e afirmou que o déficit orçamentário do país está calculado em 13,5 bilhões de euros e que esse valor, após acordo com os credores, será coberto por 11,5 bilhões de euros em cortes de gastos e 2 bilhões de euros em receitas.

Na capital grega, o índice ASE acabou recuando 2,8% nesta segunda-feira, encerrando aos 754,48 pontos.

Já o índice de confiança das empresas da Alemanha, do instituto IFO, frustrou os analistas ao cair pelo quinto mês consecutivo em setembro. A interpretação foi que as medidas de estímulos anunciadas na Europa e EUA possam não ser suficientes para sustentar a recuperação da economia global. Outro dado desanimador de hoje foi o índice nacional de atividade do Federal Reserve de Chicago, que em agosto continuou indicando contração, pelo sexto mês seguido.

Além disso, persistem as incertezas sobre a disposição da Espanha de pedir um pacote de ajuda integral, o que abriria as portas para o Banco Central Europeu (BCE) retomar compras de títulos soberanos espanhóis e reduzir os custos de financiamento de Madri. "O BCE deixou sua condição bem clara - o banco não vai comprar bônus se não receber pedido de ajuda", comentou Kongshaug.

Em Madri, a bolsa espanhola registrou perda de 1,12%, com o índice Ibex 35 encerrando a segunda-feira a 8.138,40 pontos. No setor financeiro, Santander e BBVA tiveram quedas respectivas de 1,3% e 1,2%.

Também pesaram nas praças europeias notícias sobre as crescentes divergências entre a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente da França, François Hollande, em relação ao cronograma para a implementação de uma proposta de união bancária na zona do euro. Merkel, que se reuniu com Hollande no sábado, sugeriu que a "qualidade" é mais importante do que a velocidade.

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Em Londres, o índice FTSE 100 caiu 0,24% e terminou aos 5.838,84 pontos, mas ficou distante da mínima do dia. As mineradoras ajudaram a pressionar o mercado inglês, com Eurasian Natural Resources e Evraz perdendo 4% e 3,8%, respectivamente. Já a Anglo American recuou 2,6% após ser rebaixada pelo Citigroup por causa de disputas trabalhistas na África do Sul.

O índice CAC 40, de Paris, encerrou a sessão aos 3.497,22 pontos, 0,95% abaixo do nível de sexta-feira. Entre os destaques de baixa, estiveram a ArcelorMittal (-2,3%), Crédit Agricole (-2,4%) e BNP Paribas (-1,5%).

Na Bolsa de Frankfurt, Commerzbank e Deutsche Bank caíram 3,7% e 0,9%, respectivamente. Com isso, o índice Dax perdeu 0,52% e fechou aos 7.413,16 pontos. Em Milão, o índice FTSE MIB teve baixa de 0,78%, terminando aos 15.867,07 pontos, e o mercado português apresentou perda de 1,34%, com o índice PSI 20 fechando a 5.355,39 pontos. As informações são da Dow Jones.

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