20 de setembro de 2013 | 10h25
Dos quatro dirigentes que farão apresentações nesta sexta-feira, apenas o presidente do Fed de Minneapolis, Narayana Kocherlakota, não tem direito a voto nas reuniões este ano do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), o que deve contribuir para aumentar o interesse nas outras três apresentações.
A primeira delas será feita pela presidente do Fed de Kansas City, Esther George. Única dissidente na reunião desta semana do Fomc, ela começa a falar às 13h30 de Brasília e vai apresentar sua visão da economia norte-americana. A justificativa de Esther para votar contra seus companheiros, que decidiram manter inalterada a política monetária, para surpresa de Wall Street, foi preocupações com inflação.
Logo em seguida, às 13h40, em outro evento, o diretor do banco central Daniel Tarullo fala sobre regulação macroprudencial em Connecticut. Em sua última apresentação, em meados de julho, o dirigente já alertava sobre os riscos para a recuperação da economia de um impasse na elevação do teto da dívida do governo norte-americano, tema que tem ganhado espaço em Washington. Na mesma ocasião, ele ressaltou que a política monetária nos EUA ainda deve continuar acomodatícia por mais algum tempo.
O terceiro dirigente com poder de voto no Fomc a falar é o presidente do Fed de Saint Louis, James Bullard, que já deu nesta manhã uma entrevista à TV Bloomberg, falando que os dirigentes chegaram muito perto da decisão de reduzir estímulos em setembro e que um corte em outubro é possível, mas ele ponderou que a inflação ainda está em patamar muito baixo. No final de agosto, Bullard chegou a afirmar que era difícil de entender toda esta discussão de redução das compras mensais de ativos considerando que a inflação nos EUA segue persistente abaixo da meta. "Não precisamos ter pressa em relação à redução dos estímulos", declarou no dia 23 do mês passado. Bullard participa de um almoço em Nova York e sua apresentação está prevista para às 13h55 (de Brasília).
O último a falar é o presidente do Fed de Minneapolis, Narayana Kocherlakota, às 14h45 (de Brasília). Ele é defensor da política monetária do presidente Ben Bernanke, mas criticou recentemente a comunicação do Fed com o mercado financeiro, afirmando que o banco central precisa melhorar a forma como fala com o mercado. Em meio à surpresa dos economistas com as decisões da reunião desta semana, e com muitos deles criticando justamente a comunicação do Fed, a apresentação de Kocherlakota deve atrair atenção dos investidores.
"Em uma frase. O atraso em reduzir a compra de ativos é bom, mas a comunicação do Fed está em pedaços", escreveu o economista da consultoria Pantheon Macroeconomics, Ian Shepherdson, em um e-mail a investidores avaliando a reunião do Fomc desta semana.
Para o economista sênior da gestora Standard Life Investments, Jeremy Lawson, o Fed teve problemas de comunicação, mas parte da culpa também deve ser assumida pelos investidores, que teimaram em não entender a diferença entre dois movimentos diferentes, a redução de compras de ativos e a alta da taxa de juros, levando ao aumento da volatilidade nos preços dos ativos. Pelo lado do Fed, faltou uma melhor definição dos critérios necessários para o início da retirada de parte dos estímulos, avalia Lawson em um relatório a clientes.
No mundo corporativo, a expectativa do dia é para os papéis da Apple. Começaram na manhã de hoje as vendas dos novos modelos do iPhone e a expectativa é grande, sobretudo para o primeiro aparelho voltado para o público de menor renda da empresa, o 5C. Ontem no início da noite, já havia uma fila de várias pessoas na porta da loja da Quinta Avenida, em Nova York, interessadas em ser as primeiras a comprar os novos aparelhos.
No pré-mercado, a ação da Apple subia quase 1,4%. Há um ano, os papéis da empresa atingiram a cotação recorde, batendo em US$ 705, mas desde então, com as vendas mais fracas que o esperado do iPhone 5, os preços vêm caindo e esta semana chegaram ao patamar de US$ 470. A expectativa agora dos analistas de tecnologia é de recuperação, sobretudo por conta do celular mais barato, que nos EUA vai custar a partir de US$ 99, em contratos de dois anos, e será vendido em várias cores.
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