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Bônus emergentes caem sem liquidez à espera de Grécia

Ministros das Finanças da zona do euro se reunem no domingo para discutir pacote de ajuda

Por RicardoGozzi e da Agência Estado
Atualização:

Os títulos da dívida dos países emergentes perderam um pouco de terreno com a baixa nos mercados de ações nos Estados Unidos, mas tiveram pouca movimentação na sessão de hoje, com os investidores à espera do resultado das negociações da Grécia com a União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre um pacote de ajuda financeira ao país.

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Os ministros das Finanças da zona do euro deverão se reunir no domingo em Bruxelas para discutir um pacote de ajuda à Grécia. Enquanto isso, o mercado teve um dia de apreensão com a notícia sobre a abertura de uma investigação criminal sobre os negócios do Goldman Sachs.

"Apesar do aumento dos temores com relação à zona do euro, ainda não estamos detectando nenhuma espécie de pânico de vendas nos mercados emergentes e os investidores ainda parecem levar em alta conta esses mercados", disseram analistas do RBC.

O prêmio de risco do Emerging Markets Bond Index Global (Embig), elaborado pelo JPMorgan, aumentou dois pontos-base, para 268 pontos-base sobre os Treasuries durante a tarde. O índice geral caía 0,24% no dia. O bônus de referência Global 2040 do Brasil mostrava-se estável, sendo cotado a 133,75 cents em Nova York.

Uma das piores performances do dia foi a da Argentina. O spread argentino mostrava-se estável em 644 pontos-base sobre os títulos do Tesouro norte-americano, mas o índice do país caía 1,78%.

O governo argentino autorizou formalmente a abertura, prevista para a segunda-feira, de sua esperada oferta de swap de uma dívida de bilhões de dólares em default. Autoridades locais têm a esperança de que o swap ajude a restabelecer o acesso do país aos mercados globais, assim como suas relações com a comunidade financeira internacional.

Em um sinal do que pode estar por vir, hoje a segunda maior produtora de gás e petróleo da Argentina, a Pan American Energy, emitiu US$ 500 milhões em bônus com vencimento médio de dez anos e yield de 8,125%, segundo documento fornecido por gestor de fundo. Trata-se da primeira captação do gênero por parte de uma empresa argentina desde 2006.

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Por sua vez, a Venezuela viu seu spread aumentar 17 pontos-base, alcançando 876 pontos-base sobre os Treasuries, com o índice do país caindo 1,68%. Boris Segura, um economista da RBS, especula que a Venezuela terá de emitir algum novo título denominado em dólares e pagável em bolívares depois de as reservas do país terem caído 8% este ano, o que deixa o Banco Central com menos munição para intervir no mercado de câmbio.

A Polônia também continua em queda. O prêmio de risco do país aumentou 23 pontos-base, chegando a 143 pontos-base sobre os Treasuries. O índice da Polônia caiu 0,60%. Os títulos da dívida polonesa estão sob pressão desde o acidente aéreo no qual morreram o presidente do país e diversos integrantes do alto escalão do governo, além do presidente do BC local, no último dia 10.

O spread da República Dominicana aumentou 30 pontos-base, indo a 366 pontos-base sobre os Treasuries apenas um dia depois de o governo ter captado US$ 750 milhões em títulos de 11 anos com yield de 7,5%. O índice do país caiu 0,84%. Segundo avaliação divulgada hoje pela agência de classificação de risco de crédito Fitch Ratings, o país centro-americano está vulnerável a choques externos por possuir uma "fraca posição de liquidez".

A Ucrânia, enquanto isso, teve bom desempenho. O spread do país caiu 31 pontos-base, indo a 481 sobre os Treasuries, e seu índice avançou 0,30%. Hoje, o primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, propôs uma fusão da gigante estatal OAO Gazprom com a companhia nacional ucraniana Naftogaz, numa oferta inesperada que poderia representar um novo grau de cooperação entre os dois países. As informações são da Dow Jones.

 

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