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Bônus emergentes se recuperam da mínima do dia

Por Álvaro Campos e da Agência Estado
Atualização:

Os bônus dos mercados emergentes sofreram uma pressão de venda nesta terça-feira, com os investidores identificando a crise fiscal da Europa como um sério desafio para a perspectiva de crescimento global. Receios econômicos amplos estão aparecendo nos mercados de empréstimo de curto prazo, que são acompanhados atentamente, levando investidores a reduzir ativos de maior risco de suas carteiras. O custo do empréstimo em dólar para três meses no mercado interbancário subiu para seu nível mais alto em mais de dez meses nesta terça-feira. Os ativos dos países em desenvolvimento são particularmente vulneráveis às preocupações com um crescimento mais lento na Europa porque isso afeta o preço das commodities, e muitas economias emergentes dependem bastante da produção de commodities. Esses fatores ajudaram a, em meados do dia, empurrar o índice benchmark de bônus dos mercados emergentes para o seu nível mais alto em relação aos Treasuries dos Estados Unidos desde o volátil verão de 2009, a 371 pontos-base acima dos Treasuries. Mas uma recuperação nos mercados de ações dos EUA e algumas compras de pechinchas levaram a uma modesta recuperação no fim do dia. O Emerging Markets Bond Index Global (Embig), calculado pelo JPMorgan, fechou em alta de 9 pontos-base, em 361 pontos-base acima dos Treasuries. Em termos de preços, o índice caiu 0,72%. "Nós temos tomado medidas para reduzir riscos como todo mundo", disse Greg Saichin, líder de mercados emergentes da Pioneer Investments. Entretanto, o crescente spread das dívidas de mercados emergentes é produto de uma ampla fuga para a segurança, a saber, os Treasuries dos EUA. Observando mais atentamente os detalhes, os yields dos bônus dos países em desenvolvimento especialmente têm crescido apenas marginalmente, o que é um sinal de resiliência nos mercados emergentes. "Os mercados emergentes continuam bem posicionados em relação aos níveis de dívidas e déficits", disse Howard Booth, gerente de portfólio do fundo MainStay Global High Income. Desde o final de março, o yield no Embig do JPMorgan subiu menos de 30 pontos-base, e projetava yield de cerca de 6,66% no fim da tarde de segunda-feira. Esse dado é um indicativo do fato de que a venda nos mercados emergentes tem sido ordenada. Até agora, os investidores estão reduzindo riscos, mas não estão participando de vendas no atacado. O índice de ADRs de mercados emergentes elaborado pelo Bank of New York Mellon caiu apenas 0,8%, depois de ter alcançado uma mínima intraday de -2,9%. As informações são da Dow Jones.

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