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Bônus emergentes sobem após balanços financeiros nos EUA

Bônus de referência Global 2040 do Brasil perdeu 0,3125 cent, ficando em 134,4375 cents em Nova York

Por Ricardo Gozzi e da Agência Estado
Atualização:

Os títulos da dívida dos mercados emergentes subiram, na sexta-feira, com o otimismo proporcionado por encorajadores balanços financeiros nos Estados Unidos e pelo pedido formal de ajuda feito pela Grécia à União Europeia (UE) e ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

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 Os mercados de ações avançaram nos Estados Unidos e, depois de meses de incerteza, a crise da dívida grega parece encaminhar-se no sentido de uma solução com o pedido formal de acesso a um pacote de resgate de € 45 bilhões.

 O prêmio de risco do Emerging Markets Bond Index Global (Embig), elaborado pelo JPMorgan, estava cinco pontos-base mais baixo, em 249 pontos-base sobre os Treasuries no fim da tarde. O índice, no entanto, caiu 0,11% no dia. O bônus de referência Global 2040 do Brasil perdeu 0,3125 cent, ficando em 134,4375 cents em Nova York.

 Depois de diversas sessões de fraqueza, a Argentina teve a maior oscilação, caindo 33 pontos-base sobre os Treasuries e ficando em 604 pontos-base. O índice do país avançou 0,38%.

 O governo argentino anunciou na sexta-feira planos de tomar emprestados cerca de 5,6 bilhões de pesos (quantia equivalente a US$ 1,4 bilhão) do estatal Banco de la Nación, segundo uma série de resoluções publicada no Diário Oficial. A primeira parte do empréstimo, de 4,5 bilhões de pesos, será paga em 24 meses. Os empréstimos seriam parte de um programa aprovado no ano passado que permitiria ao banco estatal emprestar até 7,3 bilhões de pesos ao Tesouro do país.

 Devido à falta de acesso aos mercados internacionais da dívida, o governo tem dependido cada vez mais da interação entre organismos governamentais para honrar suas obrigações financeiras. Economistas advertem que a estratégia de financiamento interno poderia trazer problemas no futuro porque as agências que concedem os empréstimos em algum momento precisarão ter o dinheiro de volta. No entanto, há expectativa de que o governo promova um swap de até US$ 20 bilhões em títulos em default no futuro próximo. Caso tudo transcorra bem, a Argentina poderá recorrer ao mercado internacional pela primeira vez desde a crise ocorrida entre 2001 e 2002.

 Enquanto isso, o México caiu cinco pontos-base sobre os Treasuries, ficando em 158 pontos-base, com o índice do país caindo 0,02%. Dados divulgados na sexta-feira revelaram uma acentuada queda do desemprego de fevereiro para março, com a recuperação da economia convertendo-se na criação de empregos formais.

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 Por sua vez, o Chile caiu três pontos-base, ficando em 109 pontos-base sobre os títulos do Tesouro norte-americano. O índice do país avançou 0,02%. Na sexta-feira, o ministro chileno das Finanças, Felipe Larraín, anunciou que o governo do país fará sua primeira emissão de bônus globais desde 2004, entre elas a primeira denominada em pesos no mercado internacional. O volume total será de US$ 1,5 bilhão em títulos com vencimento em dez anos.

 Durante a semana, os investidores continuaram a aplicar dinheiro em ativos de mercados emergentes, que mostraram-se resistentes aos temores em torno da dívida da Grécia e seus potenciais impactos sobre os mercados financeiros internacionais. Os temores com as implicações da situação fiscal da Grécia pesam há meses sobre os mercados globais, levando muitos gerentes de carteira a se distanciarem de ativos tidos como arriscados.

 No entanto, os baixos yields dos países industrializados têm levado gerentes de carteira a buscar retornos mais vantajosos, mas sem deixar de levar em consideração critérios como o baixo endividamento, a saúde das contas fiscais e um rápido crescimento econômico. E os mercados emergentes - e mais especificamente os países da Ásia e da América Latina - atendem a tais exigências.

 A semana encerrada em 21 de abril foi a segunda melhor da história para os bônus dos mercados emergentes, que absorveram US$ 1,28 bilhão, atrás apenas da semana anterior, quando atraíram US$ 1,79 bilhão, segundo a EFPR Global. No que vai do ano, os títulos da dívida dos países emergentes já atraíram US$ 11,6 bilhões, acima do recorde de US$ 9,5 bilhões em 2005. As informações são da Dow Jones.

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