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Bovespa cai 1,7% com pesquisas eleitorais e perde os 61 mil pontos

Parte do mercado esperava uma melhora nas intenções de voto da candidata do PSB, Marina Silva, que segue empatada com a presidente Dilma Rousseff no 1º turno; estatais fecharam em queda

Por Clarissa Mangueira
Atualização:
A pesquisa Ibope mostrou uma recuperação da presidente Dilma Rousseff diante de sua principal adversária, Marina Silva (PSB) Foto: Estadão

A Bovespa fechou em queda acentuada, pressionada por uma realização de lucros após pesquisas eleitorais mostrarem um empate técnico entre a candidata do PSB, Marina Silva, e a presidente Dilma Rousseff, na disputa para as eleições presidenciais, enquanto uma parcela do mercado esperava uma melhora da ex-senadora. Tanto que a correção em baixa foi conduzida pelos papéis das estatais Petrobrás, Eletrobrás e Banco do Brasil.

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No fim do dia, o Ibovespa fechou em queda de 1,68%, aos 60.800,02 pontos. O volume de negócios totalizou R$ 8,815 bilhões. Na mínima, o Ibovespa atingiu 60.739 pontos (-1,78%), e na máxima, 61.836 pontos (estável). No mês de setembro, o Ibovespa acumula queda de -0,80%, e no ano, ganho de 18,04%. 

A pesquisa Ibope, divulgada após o fechamento do mercado ontem, mostrou uma recuperação da presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, diante de sua principal adversária, Marina Silva (PSB), em uma situação de empate técnico entre as duas. Dilma subiu de 34% para 37% e Marina foi de 29% para 33%. O candidato do PSDB, Aécio Neves, tem 15%, ante 19% na pesquisa anterior, da semana passada. 

O levantamento do Datafolha, publicado mais tarde na quarta-feira, também apontou empate técnico. Segundo a pesquisa, Marina interrompeu a sua ascensão e permaneceu na casa dos 34%, enquanto Dilma chegou a 35% das intenções de voto. Aécio Neves, do PSDB, oscilou de 15% para 14% entre uma sondagem e outra. Ambas as pesquisas apontaram que Marina Silva ainda venceria a presidente em um eventual segundo turno.

Ainda pela manhã, o Ibovespa ensaiou uma recuperação, reduzindo as perdas, após a abertura em alta das bolsas de Nova York. O sinal positivo em Wall Street foi influenciado pelos ganhos acentuados registrados pelas bolsas europeias, após o Banco Central Europeu (BCE) anunciar medidas de estímulos. O BCE cortou a taxa básica de juros para uma nova mínima histórica, a 0,05%, de 0,15% anteriormente. O BCE também ampliou a taxa negativa dos depósitos bancários estacionados na instituição para -0,20%, de -0,10%, e diminuiu a taxa de juros de empréstimo marginal para 0,30%, de 0,40%. O presidente da instituição, Mario Draghi, também anunciou o lançamento de dois programas de compras de ativos.

Apesar de as medidas terem acentuado o apetite por risco nos mercados acionários internacionais, a Bovespa seguiu descolada do movimento, na medida em que as incertezas sobre as eleições prevaleceram no radar dos investidores.

No setor corporativo doméstico, Petrobras ON e Petrobras PN recuaram 4,74% e 4,84%, respectivamente, enquanto Eletrobras ON (-3,99%) e Eletrobras PNB (-2,48%). No setor financeiro, as ações dos bancos também fecharam em queda, com Banco do Brasil (-5,77%), Bradesco ON (-2,37%), Bradesco PN (-3,46%) e Itaú Unibanco (-2,04%).

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As ações da Vale também terminaram no vermelho: Vale ON (-1,10%) e Vale PNA (-1,09%). O BTG Pactual anunciou que reduziu a recomendação para os papéis de compra para neutro e reduziu o preço da ADR da mineradora de US$ 17 para US$ 15. O banco também rebaixou a recomendação de Bradespar, o maior acionista da Vale, de compra para neutro.

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