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Bovespa cai com temor de abismo fiscal nos EUA

Mercados financeiros se mostram nervosos com percepção de que Congresso dos EUA pouco avançou para evitar o abismo

Por Luciana Antonello Xavier e da Agência Estado
Atualização:

A percepção de que o Congresso dos Estados Unidos só tem 33 dias para entrar em um acordo e evitar o abismo fiscal e que houve pouco avanço até agora deixa os mercados financeiros mais nervosos. Apesar de apontar para uma abertura em leve alta, essa preocupação pode levar a Bovespa a navegar entre os terrenos negativo e positivo nesta quarta-feira, enquanto as bolsas internacionais operam todas em queda. Os investidores acompanham atentamente os passos que o presidente dos EUA, Barack Obama, dará até o fim do ano para conseguir uma unidade entre os congressistas em torno do tema. Nesta quarta-feira, Obama se encontra com os executivos-chefes de grandes corporações americanas para falar do assunto. No radar do investidor estão ainda a decisão do Copom que sai nesta quarta-feira, os dados de vendas de moradias novas nos EUA em outubro (13h de Brasília), após os indicadores fracos do mercado de trabalho divulgados na terça-feira (27), e o Livro Bege do Federal Reserve, na tarde desta quarta-feira.Às 10h15, o Ibovespa caía 0,46%, aos 55.997,72 pontos. Na terça-feira (27), a Bovespa não conseguiu se segurar no azul diante da preocupação com o abismo fiscal americano e fechou abaixo dos 57 mil pontos, em queda de 0,86%, aos 56.248,09 pontos. Segundo operadores, as vendas de investidores estrangeiros foram fortes, impactando papéis de primeira linha, como da Petrobrás. Em Nova York, no mercado futuro, o Dow Jones caía 0,69%, o S&P 500 tinha queda de 0,31% e o Nasdaq perdia 0,24%. "Hoje, a Europa sai um pouco do foco e o abismo fiscal dos EUA domina a cena. Mas, por enquanto, não há nada de novo em relação ao abismo fiscal, apenas especulações", comentou um operador. Segundo ele, o mercado de ações não tem nenhuma expectativa para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Após um longo ciclo de relaxamento monetário, a reunião deste mês deve ser a primeira na qual o Comitê não cortará a Selic, atualmente em 7,25%. É o que aponta levantamento do AE Projeções. "Este ano, a Selic está dada e agora o mercado já mira a inflação em 2013", acrescentou.As ações das elétricas seguem no foco. O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, afirmou na terça-feira (27) que o órgão regulador identificou um erro no cálculo de indenização para a hidrelétrica Três Irmãos, da Cesp. O ano registrado na Aneel como o de entrada em operação da usina é de 1982, quando o correto seria 1992. Essa diferença de dez anos tem influência direta no ritmo de depreciação do ativo. Também nesta quarta-feira, o diretor da Aneel, Julião Coelho, defendeu a tese de que a empresa tem o direito de renovar a concessão de três de suas usinas. Já o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Márcio Zimmermann, disse que o governo espera que a Cemig continue a ser um ator importante no setor elétrico brasileiro, mas descartou a possibilidade de que um novo prazo seja aberto para que a companhia manifeste o interesse de renovar as concessões das usinas de São Simão, Jaguara e Miranda.Nos EUA, o líder da maioria no Senado americano, Harry Reid, disse na terça-feira (27) que houve "pouco progresso" nas conversas entre republicanos e democratas no Congresso para encontrar um consenso no lado fiscal que impeça que entrem automaticamente em vigor a partir de 1º de janeiro pesados cortes de gastos públicos e aumentos de impostos. O líder dos republicanos no Senado, Mitch McConnell, pediu que o presidente Barack Obama "se desligue da campanha" e vá ao Congresso tentar resolver esse problema.O temor do abismo fiscal fez as bolsas asiáticas fecharem em queda e coloca as europeias no mesmo caminho perto das 10h15: Londres -0,24%; Paris -0,27%; Frankfurt -0,16%; Milão -0,29%; Madri -0,84%; Lisboa -0,59%.

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