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Bovespa fecha em queda com pessimismo sobre economia brasileira

Preocupações com o cenário local prevaleceram e a Bolsa encerrou com perda de 1,77%, aos 48.510 pontos; ações da Petrobrás caíram

Por Clarissa Mangueira
Atualização:

 O Ibovespa até tentou acompanhar durante a manhã o sinal positivo vindo dos mercados acionários internacionais, mas as preocupações com a economia doméstica prevaleceram e levaram a bolsa a devolver os ganhos durante a tarde.

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No fechamento, o Ibovespa caiu 1,77%, para 48.510,28 pontos, na mínima. Na máxima, a Bolsa atingiu 49.799 pontos (+0,84%). O volume de negócios totalizou R$ 6,166 bilhões. No mês de fevereiro, a Bolsa acumula alta de 3,42% e, no ano, baixa de 2,99%. 

Os principais componentes do índices fecharam no vermelho, afetados pelo pessimismo dos investidores com o cenário local, em meio aos risco de racionamento de energia e de água. Pela manhã, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) disse que o emprego industrial caiu 3,2% no ano passado, em relação ao ano anterior. O desempenho do emprego industrial em 2014 foi o pior desde 2009, quando o emprego diminuiu 5,0% no total da indústria brasileira. O instituto também disse que o valor real da folha de pagamento dos trabalhadores da indústria diminuiu 1,1% em 2014 ante o ano anterior, marcando a primeira queda neste indicador desde 2009, quando os efeitos da crise econômica mundial provocaram uma redução de 2,4%.

No fechamento, o Ibovespa caiu 1,77%, para 48.510,28 pontos, na mínima. Foto: Sergio Castro/Estadão

Também foram anunciados números da inflação. O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) subiu 0,09% na primeira prévia de fevereiro, ante avanço de 0,29% na primeira leitura de janeiro e abaixo da mediana das estimativas (0,32%, conforme levantamento AE Projeções). Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 1,78% na primeira prévia de fevereiro, ligeiramente acima da mediana estimada (1,75%). 

Analistas do BTG Pactual afirmaram, em um relatório, que as operadoras de shoppings, fabricantes de bebidas, produtores de cana-de-açúcar e bancos são alguns dos setores que podem ser mais afetados em caso de racionamento de água no País. Os analistas alertam que não seria uma surpresa que, se o racionamento de fato afetar um dos segmentos mencionados no relatório, pode haver impacto indireto sobre o setor financeiro, especialmente os bancos. As ações do setor financeiro terminaram o pregão em queda: Banco do Brasil ON (-3,34%), Bradesco PN (-2,08%) e Itaú Unibanco (-1,27%).

No setor corporativo, as ações da Petrobrás tiveram uma sessão volátil e fecharam em queda. Os investidores aguardam sinalizações do novo presidente da estatal, Aldemir Bendine, sobre a dimensão das baixas contábeis relacionadas aos desvios de dinheiro na empresa. No fim dos negócios, Petrobrás ON (-4,02%) e Petrobrás PN (-3,88%).

Vale e siderúrgicas também recuaram na sessão, afetadas pela queda do setor no mercado internacional, após dados da inflação chinesa abaixo do previsto. Vale ON (-5,51%) e Vale PNA (-4,78%), nas mínimas. Entre as siderúrgicas, Gerdau PN (-4,79%), CSN (-0,40%).

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O índice de preços ao consumidor (CPI) da China subiu 0,8% em janeiro de 2015 ante igual mês do ano passado, segundo dados da Agência Nacional de Estatísticas da China. O resultado ficou levemente abaixo da previsão dos analistas, de alta de 0,9%. O índice de preços ao produtor (PPI) da China caiu 4,3% em janeiro de 2015 ante igual mês de 20014. O preço do minério de ferro subiu 1% no mercado à vista chinês, para US$ 62,2 a tonelada, mais ainda acumula queda no ano de 12,6%. 

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