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Bovespa fecha no azul após decisão do BCE

Bolsa fechou em alta de 0,44%, mas chegou a subir mais de 2% depois do BC europeu anunciar medidas de estímulo

Por Clarissa Mangueira
Atualização:

Apesar de ter registrado sua terceira sessão consecutiva de alta, um movimento de realização de lucros levou a Bovespa a reduzir parte dos fortes ganhos registrados mais cedo, que tinham sido impulsionados pela decisão do Banco Central Europeu (BCE) de adotar um programa de relaxamento monetário agressivo. 

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No fim do dia, o Ibovespa terminou com alta de 0,44%, aos 49.442,62 pontos, depois de ter conseguido retomar o nível dos 50 mil pontos durante a entrevista do presidente do BCE, Mario Draghi, para anunciar as medidas de estímulo monetário. 

Segundo ele, a instituição vai adotar um programa de relaxamento quantitativo (QE) no valor superior a 1 trilhão de euros. O programa, que caracteriza uma extensão das medidas atuais de compra de ativos, prevê a aquisição de 60 bilhões de euros ao mês em títulos soberanos e corporativos a partir de março deste ano. 

"A intenção é a de continuar (com o programa) até o fim de setembro de 2016, e será em todo o caso conduzido até observarmos um ajuste sustentável no rumo da inflação que seja consistente com a nossa meta de atingir taxas de inflação maiores, mais próximas a 2% (ao ano), no médio prazo", afirmou Draghi.

A decisão do BCE veio um dia depois de o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco anunciar que elevou a taxa básica de juros, a Selic, em 0,50 ponto porcentual, apara 12,25% ao ano. 

Na máxima do dia, a Bovespa atingiu 50.281 pontos (+2,15%) e na mínima, 49.227 (+0,01%). O giro de negócios totalizou R$ 8,082 bilhões. No ano, a Bovespa ainda acumula queda de 1,13%.

No exterior, as bolsas também registraram ganhos consistentes devido ao anúncio do BCE. Na Alemanha, o índice DAX fechou em nível recorde, de 10.435,62 pontos (+1,32%). Perto das 17h30, em Wall Street, o índice Dow Jones subia 1,16%, o S&P 500 avançava 1,14% e Nasdaq ganhava 1%.

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As ações PN da Oi fecharam com a maior alta do índice, de 6,77%, impulsionados por expectativas sobre a assembleia dos acionistas da PT SGPS, dona de 25,6% da tele brasileira, que deve votar a venda de ativos para a francesa Altice, por 7,4 bilhões de euros.

As ações da Petrobrás também figuraram entre os melhores desempenhos do pregão, subindo 3,70% (ON) e 4,38% (PN), apesar de os preços internacionais do petróleo terem voltado a cair. Segundo cálculos do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), apesar dos impactos da queda do preço internacional de petróleo, que deve resultar em cortes de investimentos, a Petrobrás tem o que comemorar com a manutenção da alta defasagem de preços de combustíveis entre o praticado no Brasil e a realidade do exterior. Na primeira quinzena de janeiro, a defasagem média de gasolina foi de 68,9% em relação aos preços praticados no Golfo do México. Para o diesel, a diferença foi de 53%. Com essa margem, a estatal poderá arrecadar mais de R$ 2,9 bilhões por mês em receitas adicionais para ajudar na recomposição de seu caixa, disse a CBIE.

Ainda entre os destaques positivos estavam as ações da Gol, que fecharam com ganho de 4,40%, após a companhia informar que vai propor aos acionistas a criação de uma "super ação preferencial", que proporciona direitos patrimoniais 35 vezes superiores aos de suas ações ordinárias. 

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