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Bovespa Social será reproduzido na África

Por Agencia Estado
Atualização:

A negociação de ações do mercado de capitais inspirou a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) a criar, há três anos, a Bolsa de Valores Sociais (BVS), uma programa destinado a financiar projetos sociais de organizações não-governamentais. O programa agora será reproduzido na Bolsa de Johanesburgo, a principal da África do Sul, que usará o mesmo modelo para financiar projetos locais. No Brasil, a iniciativa direcionou recursos para 25 projetos e atualmente outros 22 recebem recursos dos chamados "investidores sociais" - 90% deles pessoas jurídicas, embora pessoas físicas também participem do programa. A BVS funciona como uma ponte entre ONGs que mantêm projetos nas áreas de educação, meio ambiente, capacitação profissional e cidadania e os interessados em doar fundos aos projetos desenvolvidos por instituições. De 2003 até hoje, foram R$ 3,6 milhões levantados pela Bolsa Social. Segundo o diretor de Responsabilidade Social da Bovespa, Izalco Sardenberg, o programa foi considerado inovador por aplicar os conceitos do mercado de capitais para levantar fundos para as iniciativas sociais. A exemplo do que acontece nos pregões do mercado financeiro, na BVS o investidor pode escolher as organizações sociais em que quer aportar recursos, e pode comprar "ações" de um projeto ou montar um portfólio com ações de diferentes ONGs, diz Sardenberg. Os projetos listados têm custo entre R$ 90 mil e R$ 150 mil, e são escolhidos após seleção, que leva em conta a idoneidade das entidades, a relevância e alcance social dos projetos. A Ação Comunitária, ONG que realiza projetos de educação em áreas pobres da capital paulista, como o bairro do Campo Limpo, foi uma das que obtiveram recursos por meio da Bovespa Social. Com um aporte de R$ 94 mil, a organização financiou um projeto para a inserção de jovens no mercado de trabalho, que beneficiou 200 pessoas e ainda trouxe maior visibilidade para a instituição. "A chancela da Bovespa foi importante e trouxe mais empresas interessadas em investir em nossos projetos", diz o superintendente da Ação Comunitária, Celso Freitas.

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