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Bovespa tem maior queda mensal em mais de dois anos

Após recuo de 4,5%, Bolsa registrou nova queda, ainda que mais moderada, de 0,93%; dólar fechou quase estável, mas acumula valorização de mais de 9% em setembro

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Por Renata Pedini (Broadcast)
Atualização:

Texto atualizado às 17h38

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A Bovespa fechou o mês de setembro com o pior resultado mensal em mais de dois anos, estendo as perdas pela segunda sessão seguida devido a expectativas eleitorais e resultados decepcionantes das contas do governo. Novas pesquisas do Ibope/Estadão/TV Globo e do Datafolha estão previstas para serem anunciadas ainda hoje. Já o dólar, depois de alcançar o maior patamar desde dezembro de 2008 na segunda, fechou praticamente estável, com queda de 0,04%, a R$ 2,45. No mês, contudo, a valorização da moeda é de 9,28%.

No fim do dia, o Ibovespa caiu 0,93%, aos 54.115,98 pontos. O volume de negócios somou R$ 10,650 bilhões. A Bolsa oscilou entre uma mínima de 53.536 pontos (-1,99%) e uma máxima de 54.626 pontos (estável). No mês de setembro, o Ibovespa terminou com queda de 11,70% - o pior resultado desde maio de 2012 (-11,86%). No ano, tem alta acumulada de 5,07%.

A Bovespa abriu o pregão em queda, dando prosseguimento as perdas registradas na véspera em reação às últimas sondagens eleitorais. Ontem a bolsa recuou 4,5%, a maior queda desde 22 de setembro de 2011, afetada por levantamentos que mostraram a melhora da presidente Dilma Rousseff nas intenções de voto e alguma possibilidade de vitória dela já neste domingo. 

Os resultados das contas fiscais do governo também impactaram negativamente a bolsa. As contas do Governo Central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência) registraram um déficit primário de R$ 10,422 bilhões em agosto, o quarto consecutivo esse ano. O valor é o pior resultado fiscal para meses de agosto em 18 anos. As contas do setor público confirmaram o quadro de deterioração fiscal do Brasil ao registrem déficit primário de R$ 14,460 bilhões em agosto, o pior resultado desde dezembro de 2008 e que ficou abaixo do piso das estimativas, de -R$ 12,4 bilhões a +R$ 4 bilhões. 

Segundo um analista, esses dados pressionaram os papéis do Banco do Brasil, que registraram o pior desempenho entre seus pares, de -7,26%, diante dos temores de que o governo terá de utilizar recursos do Fundo Soberano para cumprir sua meta de superávit primário. O FSB é um grande detentor de papéis do BB e a possibilidade de o governo usar o fundo pressupõe venda das ações. Pela manhã, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, deixou em aberto essa possibilidade. "Além do Refis, temos eventos importantes, como o Fundo Soberano do Brasil (FSB) e uma redução de gasto com a CDE, que é importante", afirmou, ao justificar por que o governo manteve a meta de superávit primário em R$ 80,77 bilhões, sendo que entre janeiro e agosto o superávit primário acumulado é de apenas R$ 4,675 bilhões. 

Ainda entre os bancos, Bradesco ON (-1,27%), Bradesco PN (-2,38%), Itaú Unibanco PN (-3,39%).

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As ações das empresas estatais também registraram queda firme, afetadas pelas expectativas eleitorais. Petrobrás ON (-2,82%), Petrobrás PN (-2,74%), Eletrobrás ON (-4,65%) e Eletrobrás PNB (-0,59%). 

A alta das ações da Vale forneceram algum suporte para que o Ibovespa reduzisse um pouco as perdas durante a tarde. Vale ON subiu 1,17% e Vale PNA avançou 2,06%, ajudada pela proposta de pagamento da segunda parcela de remuneração mínima aos acionistas da empresa em 2014, no valor de US$ 2,1 bilhões, equivalente a US$ 0,4074 por ação ordinária ou preferencial.

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