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Cade terá de avaliar concentração de mercado da Sadia

Por Agencia Estado
Atualização:

O grande desafio para a concretização da compra de 100% da Perdigão pela Sadia é a concentração do mercado interno de produtos industrializados e congelados. Por isso, a transação deverá ser submetida à avaliação das autoridades de defesa da concorrência. Isso reacende a polêmica de negócios fechados entre grandes empresas, como ocorreu recentemente com a Nestlé e a Garoto. Neste caso, como a Nestlé ficaria com mais da metade do mercado de chocolates, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) vetou a compra. O presidente do Conselho de Administração da Sadia, Walter Fontana, reconhece que haverá concentração de mercado em alguns produtos. "Isso deve ocorrer com presuntaria, pizzas congeladas, pratos prontos e tortas salgadas, onde ambas as empresas têm grande participação de mercado", estima ele. "Estes produtos, no entanto, representam menos de 10% do faturamento da Sadia." O diretor de Relações com Investidores da Sadia, Luiz Murat, pondera que é preciso analisar com cuidado porque os números não consideram as pizzarias e as rotisserias em cidades como São Paulo. Fontana afirma que a empresa enfrentará a situação, mas que seguirá quaisquer decisões que venham a ser tomadas pelo Cade. Na avaliação do mercado, porém, que divide os produtos entre industrializados e congelados, existirá uma grande concentração. De acordo com pesquisas de mercado da ACNielsen, as duas empresas juntas teriam mais 50% do mercado de produtos industrializados e entre 60% e 80%, em alguns itens como hambúrgueres e empanados, de produtos congelados. Sozinha, a Perdigão, por exemplo, informa que responde por 26% dos volumes vendidos no mercado de produtos industrializados e 34% do mercado de congelados. Pelas contas da Sadia, cerca de metade da produção das duas empresas será voltada para a exportação. Dados da FAO, organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, indicam que para atender à demanda por proteína animal nos próximos anos o mundo precisaria produzir três vezes a oferta brasileira. Só de frangos o Brasil exportou no ano passado 2,84 milhões de toneladas. Em 1999, o País exportava 770 mil toneladas de carne de frango. Nesse período, o salto foi de 268,4%. Em suínos, as exportações em 2005 foram de 2,7 milhões de toneladas. O aumento foi de 48,9% em relação a 1999, quando as exportações foram de 1,8 milhão.

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