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Carrefour acusa consultoria Price de fraude na Argentina

Por Agencia Estado
Atualização:

O grupo supermercadista Carrefour acusa um de seus maiores clientes na Argentina e a consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC) de terem conspirado para fraudar a venda de uma cadeia de supermercados local em 2001. O Carrefour alega, em quatro ações criminais e civis, que os diretores do ex-proprietário do Norte Supermarkets, o grupo de investimentos argentino Exxel, instruíram os contadores a inflarem o Ebitda (ganho antes de juros, impostos, depreciação e amortização) do supermercado, o que resultou em sobrevalorização de cerca de US$ 120 milhões no preço do Norte Supermarkets. Além disso, segundo o Carrefour, foi criado um livro paralelo no qual mil faturas de fornecedores foram sistematicamente subvalorizadas por meio de uma série de descontos falsos registrados na contabilidade final de cada mês. Desde que o Norte foi precificado pelo método, comum na Argentina naquela época, de nove vezes o Ebtida, o Carrefour afirma não ser justo os US$ 270 milhões que pagou por 49% restantes do supermercado - o Carrefour fez a compra em 2001 para ter controle total de toda a rede. Segundo o supermercadista francês, o valor correto seria US$ 150 milhões. O sócio da PwC na Argentina, Hartneck, Lopez and Co., que por anos auditou as contas do Exxel, assinou a contabilidade da cadeia de supermercados em 2001. Representantes da PwC na Argentina recusaram-se a comentar o assunto. Já o Exxel não estava imediatamente disponível para falar. O Carrefour entrou com o primeiro processo em abril de 2004. Foi uma ação direta de fraude contra o Exxel, baseado nas Ilhas Cayman, vários diretores do Exxel e do Norte, e uma companhia chamada de PriceWaterhouseCoopers Hartneck, Lopez and Co. A ação por prejuízos é estimada em US$ 120 milhões. O caso, que se arrasta lentamente pelo sistema judiciário argentino, está perto de alcançar o chamado "período de teste" e, até agora, estava fora da atenção da opinião pública. Mas após um jornal local tê-lo revelado, o Carrefour veio a público e afirmou ter outras três ações relacionadas ao caso. Representantes do Exxel, por sua vez, afirmaram ao jornal argentino Notícias que as alegações do Carrefour não têm mérito porque o grupo francês participou de uma dezena de encontros com a administração e os acionistas e aprovou, por meio da KPMG, a contabilidade do Norte. As informações são da Dow Jones.

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