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Celulose Irani vende R$ 2,6 mi em créditos de carbono à Shell

Por Agencia Estado
Atualização:

A Celulose Irani, produtora brasileira de celulose e papel, tornou-se recentemente a primeira companhia nacional do setor a comercializar créditos de carbono. Conforme a empresa, os certificados, vendidos à Shell por R$ 2,6 milhões e equivalentes a 179,4 mil toneladas de dióxido de carbono que deixaram de ser emitidos no período de fevereiro de 2005 a maio de 2006, têm origem em um projeto de co-geração de energia a base de biomassa, implantado na fábrica de papel de Vargem Bonita (SC). A Shell, segundo a companhia, utilizará os créditos adquiridos para atingir as metas de redução de emissão de gases de suas fábricas localizadas em países desenvolvidos, conforme previsto no Protocolo de Kyoto. "A partir de agora, a emissão de créditos entra em uma rotina anual", afirmou o diretor-superintendente da Irani, Péricles Pereira Druck. Conforme a companhia, o potencial de redução da emissão de gases, a partir da operação do projeto de co-geração, é de 3,702 milhões de toneladas, considerando-se um período de 21 anos. A empresa Ecosecurities foi a responsável pelo desenvolvimento do projeto de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) da produtora integrada de celulose e papel. Segundo Druck, a companhia investiu há dois anos R$ 22,5 milhões em sua matriz energética, reduzindo assim o consumo de óleo combustível fóssil em 700 toneladas/mês e de energia elétrica entregue pela Celesc. Atualmente, comentou, a empresa utiliza apenas 1,5 MWh adquirido da concessionária - o projeto de co-geração tem capacidade média para 7,5 Mwh. Parte do óleo utilizado na fábrica, conforme a Irani, foi substituída por resíduos florestais que, quando degradados, geravam metano, gás considerado 21 vezes mais poluente que o dióxido de carbono. Com a entrada em operação da unidade de co-geração, o metano deixou de ser lançado na atmosfera e a emissão e comercialização de créditos de carbono tornaram-se possíveis.

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