Como resultado da esperada melhora do apetite por risco, o analista estima que o real, e outras moedas de países emergentes, vão se recuperar, registrando apreciação frente ao euro e ao dólar.
Woolfolk reconhece que a crise atual, com temor que se estende a países periféricos da zona do euro, representou uma pancada terrível para o apetite por risco mundial. "Em circunstâncias assim, os ativos dos emergentes tradicionalmente são vendidos, e vimos isso recentemente. O real tem sido excessivamente vendido e, provavelmente, tem um valor justo perto de R$ 1,75 e R$ 1,80 frente ao dólar", estimou o economista.
O economista avalia que a cotação do dólar deve terminar 2010 na faixa entre R$ 1,75 e R$ 1,80. Mas, antes disso, ele prevê risco de volatilidade entre agosto a outubro, devido à eleição presidencial brasileira, levando o dólar a ser negociado pouco acima de R$ 2,00.
"Vai haver volatilidade adicional à medida que nos aproximamos da eleição. Se olharmos para a história recente da relação entre moeda e política no Brasil, incerteza sempre precede a eleição de um novo presidente", afirma Woolfolk. Ele ressalva que esta volatilidade não deverá estar ligada, necessariamente, a um dos candidatos potenciais à Presidência, mas, ainda assim, deve ocorrer até que fiquem conhecidos o presidente eleito e a política econômica. Os investidores estrangeiros, avaliou ele, podem retirar temporariamente o dinheiro do país.