A atuação mais forte do Banco Central no mercado de câmbio surtiu efeito e o dólar à vista fechou o pregão desta segunda-feira com queda de 1,41%, a R$ 3,6841, após ter subido nos seis pregões anteriores diante da pressão do ambiente externo.
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Na noite da sexta-feira passada, após o fechamento dos mercados, o BC anunciou que reforçaria a atuação no mercado de câmbio, triplicando a oferta de novos swaps cambiais, e frisou que sua atuação era separada da política monetária. Acrescentou que se reservava o “direito de realizar atuações discricionárias”, caso fosse necessário.
“O Banco Central, que foi bastante criticado na semana passada, mostrou as caras para tentar conter a volatilidade da moeda americana”, avaliou a Correparti Corretora, em um relatório. A moeda americana também perdeu força frente a outras divisas, após avaliações divergentes de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) quanto ao rumo da política monetária americana.
Além disso, houve uma trégua nos conflitos comerciais entre Estados Unidos e China. No fim de semana, os dois países divulgaram comunicado dizendo que concordam em reduzir o déficit comercial americano com os chineses. O dia também foi de menos pressão nos títulos do Tesouro americano com vencimento em dez anos.
Caso não haja um estresse no noticiário, a avaliação dos operadores é que gradualmente o dólar deverá se reacomodar em um patamar mais baixo e mais próximo dos R$ 3,50.
O último boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central, mostrou que a mediana das expectativas para o câmbio no fim deste ano subiu de R$ 3,40 para R$ 3,43, ante os R$ 3,33 verificados há um mês. Já o câmbio médio no ano passou de R$ 3,40 para R$ 3,45, ante os R$ 3,33 previstos há um mês.
Para esta terça-feira, 22, a expectativa é pela divulgação da ata da reunião do Copom da quarta-feira passada. Os especialistas vão buscar alguma sinalização do BC sobre qual será o eventual impacto da apreciação do dólar nos índices de inflação no Brasil.
Bolsa. A melhora do humor nos mercados acionários internacionais após a trégua nas relações comerciais entre Estados Unidos e China, porém, foi insuficiente para embalar a Bovespa, que fechou com queda de 1,52% aos 81.815,31 pontos, a menor pontuação desde fevereiro.
Esse desempenho foi na contramão das Bolsas de Nova York. Permaneceram no radar dos investidores os indícios de fraqueza da economia, a eleição e os ruídos de comunicação do Banco Central – e os reflexos no câmbio e nos juros.