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Com influência externa, Bolsa recua 1,86% e dólar cede para R$ 3,48

Bovespa seguiu desempenho negativo de bolsas americanas; sinalização é de que juros nos EUA podem subir já na próxima reunião do Fed

Por Paula Dias e Fabrício de Castro
Atualização:

O cenário internacional desfavorável impôs uma queda de 1,86% à Bovespa nesta terça-feira (50.839,44 pontos). A Bolsa brasileira acompanhou de perto o desempenho negativo das bolsas americanas, que também caíram. Os mercados de renda variável recuaram com sinalizações de que os juros nos EUA podem ser elevados já na próxima reunião do BC americano, em junho, o que, entre outros efeitos, reduz a competitividade das bolsas. No mercado de câmbio, o dólar à vista fechou cotado a R$ 3,4895, em baixa de 0,45%, influenciado principalmente pela alta dos preços do petróleo.

O cenário político doméstico teve como principal destaque a confirmação de Ilan Goldfajn como presidente do Banco Central, fato que, apesar de muito bem acolhido no mercado, já estava nos preços. Além de Goldfajn, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, confirmou Mansueto Almeida para a Secretaria de Acompanhamento Econômico, Carlos Hamilton para a Secretaria de Política Econômica e Marcelo Caetano para a Secretaria da Previdência.

Reação positiva do mercado à nova equipe econômica já estava nos preços Foto: Paulo Whitaker/Reuters

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Nos Estados Unidos, indicadores econômicos divulgados pela manhã, somados aos discursos de dirigentes do Fed, à tarde, reforçaram as apostas na retomada do aperto monetário já a partir de junho. O índice de preços ao consumidor (CPI) teve alta de 0,4%, contra estimativa de 0,3%. As construções de moradias iniciadas subiram 6,6% em abril na comparação com março, bem acima das projeções, de 3,7%. Além disso, a produção industrial dos EUA cresceu 0,7% em abril, ante estimativa de 0,3%.

A possibilidade de elevação juros acertou em cheio as bolsas de Nova York, devido à chance de migração de recursos da renda variável para a renda fixa. Também suscetível à fuga de recursos - como todos os mercados emergentes -, a Bolsa brasileira seguiu à risca o desempenho das ações em Wall Street. Na mínima do dia, às 15h24, o Ibovespa chegou a marcar 50.689 pontos, com queda de 2,15%.

Apesar da alta dos preços do petróleo, as ações da Petrobras fecharam em queda de 0,40% (ON) e de 2,46% (PN). Os papéis reagiram principalmente à possibilidade de elevação da alíquota da Cide, imposto que incide sobre os combustíveis, e de redução dos preços do óleo diesel. Em contrapartida, Cosan ON subiu 3,22%, com apostas dos investidores de que uma eventual alta do tributo sobre a gasolina elevará a demanda pelo etanol, inclusive com reflexos nos preços do açúcar. Com o resultado de hoje, o Ibovespa acumula queda de 7,05% em maio e alta de 17,28% em 2016.