
01 de dezembro de 2016 | 17h20
Em meio ao julgamento do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o dólar encerrou a primeira sessão de dezembro em alta de 2,33%, a R$ 3,4669, no maior patamar desde 15 de junho deste ano. A assinatura do acordo de leniência da Odebrecht e as discussões sobre o pacote anticorrupção no Congresso também afetaram o humor dos investidores por conta das possíveis repercussões no cenário político. Assim, a Bovespa fechou em queda de 3,88%, aos 59.506,34 pontos. Apenas três ações do Índice Bovespa fecharam em alta: Fibria ON (1,74%), Embraer ON (2,11%) e Vale ON (1,46%).
Além disso, o envolvimento do Itaú Unibanco na Operação Zelotes também afetou os negócios e se refletiu na queda de papéis do setor bancário: as ações preferenciais do banco caíram 4,55%. Já as do Bradesco tiveram baixa de 5,58% (PN) e 5,83% (ON). Os papéis ON do Banco do Brasil recuaram 6,60%.
Nem mesmo a alta dos preços do petróleo no exterior seguraram as ações da Petrobrás, que tiveram baixa de 3,50% (PN) e de 1,41% (ON). O movimento pode ser considerado como uma correção após a alta de 10% da véspera. Os papéis PNA da Vale, mais líquidos, recuaram e fecharam em baixa de 0,98%.
"O mercado abriu de olho no exterior ruim e ainda foi contaminado no político. Entrou hoje no radar a chance de o presidente Temer não terminar o governo. É pequena, mas existe", disse um operador. Segundo ele, os investidores estão atentos à mobilização da população. A atenção cresceu depois da tentativa de colocação de urgência na votação do pacote anticorrupção no Senado, gerando reações, por exemplo, nas redes sociais.
Tanto nos DIs, quanto em Bolsa e no câmbio, há relatos de saída de investidores estrangeiros feitos pelos operadores. O contrato de swap default de crédito (CDS, na sigla em inglês) brasileiro de 5 anos, aos 312 pontos nesta tarde, foi destacado como o maior nível desde a vitória de Donald Trump nas eleições nos Estados Unidos, em 9 de novembro.
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