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Começa a operar em Minas a 'nova Carajás' da Vale

Por Agencia Estado
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A Companhia Vale do Rio Doce, maior produtora de minério de ferro do mundo, deu ontem um grande passo para se isolar nessa liderança. A empresa inaugurou o Projeto Brucutu, um complexo que conta com mina e usina para processamento do minério e que vem sendo considerado como a "nova Carajás" - o principal centro de produção da minério da Vale, localizado no Pará. Segundo a empresa, Brucutu é o maior projeto implantado no mundo em termos de capacidade inicial de produção. Serão 30 milhões de toneladas de minério por ano a partir de 2008. O investimento no projeto chegou a US$ 1,1 bilhão. De acordo com o gerente do projeto, João Rabelo, a mina tem uma vida útil estimada em 30 anos. Mas esse período pode ser ampliado. "A reserva conhecida (de cerca de 745 milhões de toneladas) é para 30 anos, mas ainda está em pesquisa e, em cinco anos, deveremos acrescentar mais reservas", disse. A mina de Brucutu, em São Gonçalo do Rio Abaixo, integra o Sistema Sul da Vale. Outras minas que fazem parte desse sistema também estão em fase de ampliação: Itabira passará a produzir 46 milhões de toneladas a partir do ano que vem, Fazendão deve passar para 14 milhões de toneladas e Fábrica será ampliada para 15 milhões de toneladas anuais. Ritmo acelerado Os investimentos da Vale chegam em um momento em que a indústria da mineração tem forte alta no Brasil. O setor deve crescer 10,7% em 2006, três vezes mais que o resto da economia. O cálculo é do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), órgão do Ministério de Minas e Energia. Não é o primeiro ano em que o setor apresenta um ritmo muito superior ao resto da economia. Em 2005, a mineração cresceu 10,9%, mais de quatro vezes o aumento do PIB. A explicação para o desempenho está no mercado internacional de minério de ferro e de commodities. A demanda mundial, puxada principalmente pela China, elevou os preços e tem estimulado investimentos. A rentabilidade cresceu e garante a oferta de capital para a expansão. Segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), o investimento em pesquisa e produção segue a um ritmo anual de US$ 500 milhões ao ano, sem considerar os projetos de processamento. "O aumento do preço do minério no ano passado e neste (71,5% e 19%) e a elevação dos preços dos metais na Bolsa de Londres sustentam esse desempenho. Essa indústria tomou o lugar do agronegócio como protagonista do comércio exterior", diz Paulo Camillo Penna, presidente do Ibram. O setor de mineração respondeu por 21,6% do saldo da balança comercial em 2005, com US$ 9,69 bilhões. Esse saldo inclui as contas de importação e exportação de petróleo e gás natural.

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