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Copom não trouxe surpresa, mas sinais positivos

Por Agencia Estado
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A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) brasileiro, de reduzir a taxa básica de juros em 0,5 ponto porcentual, para 15,25% ao ano, pode ter trazido uma novidade -- já que essa era a aposta de consenso dos investidores. Mas ela pode reduzir a insegurança dos investidores brasileiros em relação ao cenário interno. Para o economista do ABN Amro Bank, Jankiel Santos, o Copom nunca tomou uma decisão tão acertada já que alguns analistas esperavam um ritmo de corte menor por causa da crise internacional. "O Copom acertou em tudo. Reduziu a Selic na medida exata, no timing certo e manteve o comunicado que se segue à reunião", diz. Para o economista do ABN Amro, se o Copom não tivesse feito o que fez, estaria jogando na lata de lixo todo o trabalho dos últimos anos. "O governo reduziu o endividamento externo, pagou a dívida com o FMI, blindou a economia contra choques externos e não foi para um momento como este contradizer tudo o que foi feito", afirma. "Nota 10 para o Copom e zero para o Fed em termos de comunicação", defende. O economista sênior do banco Dresdner Kleinwort Wasserstein, Nuno Camara, concorda com Santos. Ele avalia que o corte de 50 pontos base na Selic foi uma clara indicação de que o BC continua tranqüilo com o cenário macroeconômico e, principalmente, com as perspectivas inflacionárias. Segundo Camara, contrariando as expectativas de muita gente nos mercados, a retórica do comunicado da decisão do Copom não foi alterada em relação ao da última reunião. Tanto Camara quanto a economista-chefe do BES Investimento, Sandra Utsumi, acreditam que daqui para a frente o BC vai adotar uma retórica mais conservadora. "O balanço de riscos para as autoridades monetárias mudou substancialmente desde que o ciclo de relaxamento monetário foi iniciado no ano passado e os membros do Copom são pagos para se preocuparem, e corretamente o fazem", afirma Camara. Sandra espera também que a ata da reunião de ontem mostrará para os agentes do mercado que administrar o cenário econômico até o próximo Copom face às turbulências internacionais não será tão fácil quanto foi até agora.

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