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Correção: Dilma nega equiparar gasolina ao preço externo

Por Gabriela Lara e CORRESPONDENTE
Atualização:

A nota enviada anteriormente contém incorreção no título. O correto é ''equiparar'' e não ''equipar''. A presidente da República, Dilma Rousseff (PT), rejeitou a ideia de equiparar o reajuste da gasolina aos preços praticados no mercado internacional. Em entrevista nesta sexta-feira, 5, em Esteio, na região metropolitana de Porto Alegre, ela afirmou que não é possível querer que o Brasil pegue um preço composto com base nos custos nacionais, e o associe a um mercado internacional. "Isso não quer dizer que não temos que buscar da nossa forma métodos de avaliar e valorizar o combustível, de reajustá-lo ou não", ponderou após visitar a Expointer.Dilma disse que é acusada de represar o preço da gasolina, mas que, em termos nominais, o combustível teve no seu governo um aumento em torno de 31%. "A gasolina se comportou um pouco acima da taxa de inflação do IPCA (nesse período)", avaliou. A questão, segundo ela, é que os críticos querem que esse reajuste seja atrelado não à inflação, mas ao preço internacional da commodity."É verdade que cada país, no caso de combustível, não renuncia a sua própria política de preços para beneficiar os seus consumidores e seus empresários. Se eu atrelo a política de preços da Petrobras ou de qualquer lugar a qualquer fator ou dado internacional eu tenho que me perguntar primeiro como esse mercado funciona", explicou, mencionando que um conflito geopolítico entre Estados Unidos e qualquer País do Oriente Médio, por exemplo, faz o preço do petróleo, no mercado internacional, disparar.Ela também citou o caso do shale gas nos Estados Unidos. Conforme a presidente, os EUA descobriram uma grande riqueza do chamado gás de xisto e está baseando nisso sua política energética, proibido a exportação desse produto. "Os EUA estão garantindo para sua própria indústria e para sua própria competitividade o ganho de ter shale gas e os outros não", comentou.A presidente ainda comentou outras críticas que seu governo vem sofrendo no que se refere à política econômica. "Dizem que haverá um tarifaço na energia elétrica. Incorreto. Não é assim que funciona. Outra coisa que dizem, que os preços administrados estão contidos. Outro absurdo. Depende da métrica, depende dos métodos e depende dos interesses." IPCADilma comentou também o resultado do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que subiu 0,25% em agosto com relação ao mês anterior. Segundo ela, o movimento é natural para este período do ano. "Todo mundo espera uma variação pequena para setembro, uma inflação comportada", afirmou em entrevista coletiva na Expointer, na região metropolitana de Porto Alegre.Perguntada sobre o compromisso do governo em controlar a inflação, a presidente voltou a dizer que sua preocupação é sempre mirar o centro da meta de 4,5% e "caminhar cada vez mais" para colocar a variação de preços no patamar mais baixo possível. Citando o conto "O Alienista", de Machado de Assis, Dilma disse que é criticada tanto por ter cachorro como por não ter cachorro. "Aqueles que dizem que eu não tenho cachorro falam: ''Está deixando a inflação fugir do centro da meta''. A verdade é que no período de 12 ou 15 anos que temos meta de inflação, em 9 anos sempre tivemos um pouco acima da meta", afirmou, lembrando que o teto é de 6,5%. Segundo ela, aqueles que a criticam por ter cachorro (em referência à obra literária) defendem que ela deveria reajustar mais os preços da gasolina brasileira, equiparando-os ao preço internacional, e não à taxa da inflação. "A parte de não ter cachorro não dialoga com a de ter cachorro. Tem que resolver, ou tem uma coisa ou outra." A candidata à reeleição pelo PT reforçou que seu governo procura garantir a inflação sob controle, porque, segundo ela, a inflação é algo que prejudica fundamentalmente os trabalhadores, os empresários e os produtores. "Ganha com a inflação quem controla mais as condições de aplicação, geralmente o sistema financeiro. O resto inteirinho da sociedade perde. Então tem que garantir cada vez mais inflação cada vez mais baixa", avaliou.Ela salientou, no entanto, que não está disposta a prejudicar o emprego, como "alguns" sugerem. "Meu compromisso é com a meta da inflação, eu procurarei sistematicamente buscar o centro da meta. Mas para isso não vou, porque não acho correto, desempregar o povo brasileiro."

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