Publicidade

Mercado compra cautela antes do feriado e em dia de dados negativos; Bolsa cai e dólar sobe

Economia está na defensiva, após dados fracos de serviços e varejo, com a percepção de que a inflação ainda está alta e o mercado de trabalho apenas em recuperação gradual

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Após o tombo de 1,74% na quinta, o dólar à vista se recuperou no pregão desta sexta-feira, 12, amparado por três pilares: ajustes técnicos, com remontagem de posições defensivas, cautela pré-feriado de 15 de novembro e ambiente externo não tão favorável a divisas emergentes, a despeito do fortalecimento do peso mexicano, o principal par do real. 

B3, a Bolsa de Valores de São Paulo Foto: Amanda Perobelli/ Reuters

PUBLICIDADE

Afora uma leve oscilação nos primeiros minutos de negócios, quando chegou a romper o piso de R$ 5,40 e marcou a mínima do dia a R$ 5,3947, o dólar trabalhou sempre com sinal positivo. No período da tarde, a moeda americana acelerou os ganhos e chegou a ser negociada no patamar de R$ 5,46, registrando máxima a R$ 5,4689. No fim da sessão, o dólar era cotado a 5,4569, em alta de 0,98%. Apesar da valorização neste dia, a moeda americana encerra a semana em queda de 1,19% e já acumula perda 3,35% em novembro, após ganhos de 3,67% em outubro.

Segundo analistas, a aprovação da PEC dos precatórios na Câmara dos Deputados minimizou, por ora, o fantasma de descontrole das contas públicas, com eventual extensão do auxílio emergencial, e abriu espaço para realinhamento dos preços dos ativos domésticos. As incertezas quando a tramitação da PEC no Senado e os dados fracos da economia brasileira ainda mantém, contudo, uma parcela dos investidores na defensiva.

Bolsa 

O Ibovespa se descolou dos pares em Nova York e cedeu 1,17%, aos 106.334,54 pontos. Isso não impediu a Bolsa de emendar a segunda semana consecutiva de ganhos, desta vez de 1,44%, algo que não acontecia desde maio. O giro financeiro ficou em R$ 31,8 bilhões na sessão, em que prevaleceu a cautela típica de véspera de feriados brasileiros com mercados abertos lá fora, como na próxima segunda-feira, 15. 

Em meio à longa correção iniciada em julho e que se estendeu ao menos até o fim de outubro, o Ibovespa, muito descontado, obteve hoje o segundo ganho semanal consecutivo, algo não visto desde a segunda quinzena de maio, período em que, ainda em ascensão, emendou três semanas no positivo. Nesta semana, o principal índice avançou 1,44%, após alta de 1,28% no período anterior.

Em novembro, a recuperação é de apenas 2,74% nesta primeira quinzena, com perdas no ano de 10,66%. 

Publicidade

Uma série de resultados trimestrais divulgados na noite de quinta, especialmente de empresas do setor de varejo, contribuiu para orientar os negócios nesta última sessão da semana, com Magazine Luiza (-18,32%) e Natura (-17,54%) na ponta negativa do Ibovespa, após os respectivos balanços. Na face oposta do Ibovespa, Americanas ON (+5,83%) e Lojas Americanas (+5,61%), ambas também movidas pelos números trimestrais, à frente de Carrefour Brasil (+3,15%) e BR Malls (+3,14%), outra empresa a ter anunciado resultados do terceiro trimestre na noite de quinta. 

No macro, assim como as vendas do varejo em setembro, divulgadas na quinta pelo IBGE, o desempenho da atividade de serviços no mesmo mês, anunciado nesta sexta, corrobora a percepção de que inflação e juros em alta, e mercado de trabalho em recuperação apenas gradual, com desemprego ainda elevado, mantêm a economia doméstica na defensiva, em meio a constantes revisões de expectativa de crescimento do PIB no ano que vem. O setor de serviços ainda operava em setembro 8% abaixo do ponto mais alto, registrado em novembro de 2014.

No mês, o recuo de 0,6% no volume de serviços prestados na passagem de agosto para setembro fez o setor interromper sequência de cinco meses de crescimento, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, iniciada em 2011 pelo IBGE.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.