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Bolsa cai 0,89% e fecha em 102,1 mil pontos, no menor nível desde novembro de 2020

Ministério da Economia revisou nesta segunda o impacto da PEC dos precatórios e calculou um espaço maior no teto de gastos em 2022; após anúncio, Ibovespa passou a cair até atingir o piso do ano

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Por Redação
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A cautela quanto à situação fiscal doméstica voltou a se impor à trajetória da Bolsa no meio da tarde desta segunda-feira. Após o índice de referência da B3 ter chegado aos 104.613,07 pontos no começo do pregão - então na máxima do dia - passou a perder fôlego até chegar, gradualmente, aos 102.122,37 pontos, em baixa de 0,89% no fechamento, correspondente à mínima da sessão e também de encerramento no ano - menor nível desde o fechamento de 6 de novembro de 2020, quando a Bolsa terminou o dia aos 100.925,11. 

B3, a Bolsa de Valores de São Paulo Foto: Daniel Teixeira/Estadão

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No meio da tarde, os juros futuros e o câmbio também oscilaram com a revisão feita pelo Ministério da Economia sobre o efeito da PEC dos precatórios no Orçamento do ano que vem. A projeção de folga no teto em 2022 ficou maior, passando de R$ 91,6 bilhões para R$ 106,1 bilhões, segundo o secretário Especial do Tesouro e Orçamento, Esteves Colnago.

A despeito de o secretário enviar mensagens de que a equipe econômica busca a consolidação, o mercado ainda pondera os riscos de farra com recursos públicos em ano eleitoral. Isso porque o sinal de um acordo firme ainda não está no horizonte, ainda que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), tenha manifestado intenção de votar a matéria esta semana na CCJ e na seguinte no plenário. 

Nos piores momentos desta segunda-feira, a referência da B3 não conseguiu se distanciar das mínimas observadas nas três sessões anteriores, voltando a ficar perto de testar os 102 mil pontos, para baixo. No mês em curso, acumula agora perda de 1,33%, estendendo a série negativa iniciada em julho, que coloca a retração no ano a 14,20%. Na sessão, o giro ficou em R$ 30 bilhões.

Dólar

Um ajuste técnico e a entrada de recursos na parte da manhã fizeram o dólar ir na contramão dos outros ativos do mercado financeiro e se manteve em baixa frente ao real. O movimento ocorreu ainda que a divisa americana estivesse fortalecida no exterior ante outras moedas fortes e também emergentes. O dólar à vista encerrou o pregão em queda de 0,27%, cotado a R$ 5,5936.

Na parte vespertina do pregão, no exterior, o dólar ampliou ganhos em meio à escalada dos rendimentos dos títulos do Tesouro americano que subiram em dia no qual o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, indicou a recondução para um segundo mandato de Jerome Powell à frente do Federal Reserve (Fed). Para a vice-presidência, foi indicada a economista Lael Brainard.

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Em discurso, Powell e Biden ressaltaram que uma das prioridades da autoridade monetária é conter a inflação. A recondução de Powell, na avaliação de Fabrício Gonçalvez, CEO da Box Asset Management, dá previsibilidade aos agentes de mercado sobre o que pode ocorrer na política monetária.

O índice DXY, que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis rivais fortes, subia 0,53%, a 96,540 pontos, um pouco antes do fechamento do segmento à vista no Brasil.

"O Fed irá acelerar o tapering e anunciar o aumento dos juros, Caso isso aconteça, teremos um dólar mais forte principalmente em relação às moedas emergentes", ressalta o diretor de câmbio da Ourominas, Mauriciano Cavalcante.

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