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Bolsa fecha em queda de 0,55%; Dólar avança 0,43%, cotado a R$ 4,67

Revisão da expectativa de crescimento global pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) impactou os mercados

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Por Redação
Atualização:

O Ibovespa, principal índice de referência da Bolsa brasileira, encerrou as negociações desta terça-feira, 19, em queda de 0,55%, a 115.056,66 pontos, afetado pela revisão da expectativa de crescimento global pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), bem como pela expectativa de elevação maior nos juros pelo Federal Reserve.

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O FMI promoveu corte drástico na expectativa de crescimento global, de 4,4% para 3,6%, o que resultou em forte ajuste do preço do petróleo nesta terça-feira, em queda de cerca de 5%, com o Brent a US$ 107 e o WTI a US$ 102 por barril, após sequência de recuperação vista em ambas as referências.

A entidade cita os impactos da guerra da Ucrânia e a política de covid zero no país asiático entre os fatores a justificar as mudanças. Já a perspectiva para o PIB do Brasil para este ano melhorou, mas caiu para 2023.

B3, a Bolsa de Valores de São Paulo Foto: Werther Santana/ Estadão

Apesar da correção da commodity, o avanço de Petrobras (ON +1,73%, PN +3,03%), acentuado no fim da tarde, contribuiu para mitigar os efeitos negativos sobre o Ibovespa, decorrentes da queda vista nos papéis da Vale (ON -3,19%) e de grandes bancos, com destaque para o Banco do Brasil (ON -3,53%).

Na ponta positiva do Ibovespa, o destaque nesta terça-feira foi para o Banco Inter (+9,15%), a BR Malls (+7,66%) e o Grupo Soma (+6,92%). No lado oposto, Cemig (-5,84%), Eletrobras ON (-4,40%) e Carrefour Brasil (-4,30%) tiveram as maiores quedas.

"A atualização na estimativa de crescimento global do FMI para o ano ajuda a entender a correção em Vale, ação muito correlacionada à economia mundial e, em particular, à demanda da China, que tem sofrido com os lockdowns”, diz Antonio Pontes, especialista em renda variável da Blue3. “No quadro doméstico, pesam também as pressões do funcionalismo por aumento salarial. Uma combinação que produz efeito sobre o dólar, em alta na sessão frente ao real, e também na curva de juros, que deu uma puxada, tanto na ponta curta como na longa".

Câmbio

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Após certa oscilação pela manhã, quando chegou a operar pontualmente em baixa, o dólar à vista se firmou em alta ao longo da tarde e encerrou os negócios nesta terça-feira, 19, cotado a R$ 4,67, em alta de 0,43%.

Esse movimento se deu em sintonia com o fortalecimento global da moeda norte-americana e o avanço das taxas dos Treasuries, em meio a especulações de que o Federal Reserve pode promover um ajuste monetário mais rápido e intenso.

Até mesmo uma alta de 0,75 ponto da taxa básica americana (Fed Funds) em maio entrou no radar, embora de forma minoritária, na esteira de declarações de ontem à noite do presidente do Fed de St. Louis, James Bullard.

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Para o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, o mercado de câmbio local está em um período de acomodação, com o dólar rodando em uma faixa entre R$ 4,60 e R$ 4,80, mais perto do piso ou do teto dependendo do ambiente no exterior, que hoje não foi favorável à moeda brasileira.

"Claramente a taxa não tem força para superar R$ 4,80. Mas, como já caiu bastante e a gente vê um fluxo menor, também não recua muito mais", diz Galhardo. "Hoje, estamos vendo o dólar subir no mundo inteiro com essa expectativa pela alta de juros nos EUA. Mas mesmo que a taxa chegue a 3% por lá, o diferencial de juros a favor do Brasil vai continuar enorme".

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