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Crescimento do mercado imobiliário do Rio passa pela classe média

Por Agencia Estado
Atualização:

O lançamento de imóveis destinados à classe média deve dar um grande impulso ao mercado imobiliário do Rio de Janeiro em 2007. A Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi) prevê um desempenho neste ano ainda mais positivo do que os resultados apurados nos últimos dois anos. Segundo dados da Ademi, o número de unidades lançadas anualmente no mercado imobiliário do Rio de Janeiro passou de um patamar de 6.700 unidades, no biênio 2003/2004, para cerca de 9 mil unidades ao ano no período 2005/2006, ou seja, uma elevação de 34%. Na avaliação da Ademi, três grandes empreendimentos lançados em 2005 tiveram uma contribuição significativa para essa performance: a Vila Pan-Americana, com 1.480 unidades, e os empreendimentos residenciais Cores da Lapa, com 688 unidades, e Quartier Carioca, com 880 unidades. Dirigentes das construtoras RJZ/Cyrela e Rossi, a imobiliária Patrimóvel e a Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (Abadi) também são unânimes em avaliar que o setor no Estado inicia um círculo virtuoso - impulsionado pelos imóveis de médio padrão. O presidente da associação, Márcio Fortes, que também preside a construtora João Fortes Engenharia, aposta em um número maior de lançamentos este ano. Segundo ele, o começo da virada no setor neste mercado foi no início de 2005, com as novas normas de financiamento imobiliário. Uma das regras citadas pelo executivo como importantes para a formação do atual bom cenário foi a de alienação fiduciária, que permite a transferência da propriedade de um bem móvel à instituição financeira, em garantia de pagamento de uma dívida (sendo que o devedor continuará utilizando o bem, mesmo estando alienado). ?Isso dá uma garantia maior aos investidores?, argumentou o dirigente. Porém, o executivo alertou que o crescimento no número de lançamentos locais, até o momento, foi atrelado principalmente a empreendimentos voltados para a classe alta. ?Falta focar o interesse da classe média. É ela que poderia causar uma explosão imobiliária?, afirmou ele. Para o diretor regional do Rio e Espírito Santo da Rossi Construtora, Marco Adnet, o círculo virtuoso no setor, capitaneado pela classe média, também começa este ano. A Rossi está apostando nessa faixa de renda. Ele citou um empreendimento de sua empresa na Barra da Tijuca, ao lado do centro de convenções Riocentro, com prestações de R$ 300 em 240 meses, e entrada de R$ 6 mil. Ele segmenta a classe média em três faixas: alta, média e baixa. Porém, para esse último tipo, ainda não há oferta adequada de empreendimentos imobiliários, na avaliação do executivo. Mas o cenário está mudando, segundo Adnet. Ele considerou que, atualmente, as condições de financiamentos estão muito melhores do que as de alguns anos atrás, e os juros estão menores. ?O auge desse interesse (da classe média) será quando os juros atingirem um dígito?, afirmou o executivo. Na avaliação do presidente da Abadi, George Eduardo Masset, o Rio de Janeiro passou por um período de estagnação, entre 1995 e 2000, mas começou a sinalizar os primeiros passos de uma recuperação. E o ano de 2007 promete: de acordo com ele, há previsão de lançamento de quatro mil unidades somente no primeiro trimestre deste ano no Rio, sendo que a média de lançamentos por trimestre não ultrapassou o número de três mil nos últimos cinco anos. No primeiro trimestre do ano passado, o número de lançamentos de unidades foi de 1.617, segundo Masset. Ele comentou que, no último ano, a Barra da Tijuca, um dos bairros mais procurados para lançamentos imobiliários na zona oeste, ajudou nessa melhora no setor. ?Ultimamente, houve muitos empreendimentos no setor de serviços, como hotéis, na Barra. Antigamente esse bairro era mais conhecido por casas e apartamentos?, afirmou. ?Outro motivo para o bom desempenho este ano são os Jogos Pan-Americanos, em julho, que trouxe negócios interessantes na cidade. Acho que 2007 será um ano bastante produtivo?, afirmou o presidente da Abadi. Masset acrescentou ainda que a prefeitura também tem estimulado o setor, com regras fixas para a construção civil, que dão segurança ao futuro dos projetos. A RJZ/Cyrela Construtora, empresa que mais lançou unidades no Rio de Janeiro em 2006 (segundo dados da Ademi, com 1.740 unidades), também acompanha de perto esse movimento crescente no mercado imobiliário. De acordo com o vice-presidente da construtora, Rogério Zylbersztajn, a empresa tem registrado, nos últimos três anos, um crescimento médio de 100% ao ano no total de lançamentos. ?Para 2007, estamos preparados para continuar crescendo de acordo com as condições de mercado?, afirmou ele. Na avaliação do executivo, o bairro de São Cristóvão, na zona norte do Rio, é uma região que vem sendo analisada com muita atenção. Segundo ele, a empresa pretende lançar empreendimentos ?onde exista demanda? no Estado do Rio. ?Existe muita procura por moradias em bairros próximos ao Centro, por isso acreditamos que Lapa, Glória e Flamengo são boas opções para futuros lançamentos?, avaliou.

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