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Crise política aumenta a volatilidade dos mercados

O administrador de investimentos analisa o retorno dos investimentos durante o mês de setembro e avalia as perspectivas de ganho durante o mês de outubro.

Por Agencia Estado
Atualização:

Balanço Setembro/06 1º- O dólar apresentou alta de 1,21%. 2º- Os fundos de renda fixa puros devem fechar o mês com rendimento bruto na faixa de 0,85 a 1,1%, dependendo da taxa de administração do fundo. 3º- Os fundos DI devem fechar o mês com rendimento bruto entre 0,85 e 1,1%, muito similar aos fundos de renda fixa, também dependendo da taxa de administração do fundo. 4º- Os títulos indexados ao IGP-M, com o IGP-M de setembro apresentando inflação de 0,29%, devem fechar o mês com resultados abaixo dos fundos de renda fixa e DI, com rendimento bruto na faixa de 0,8% a 1,05%, dependendo do prazo do papel. 5º- O índice Bovespa teve alta 0,60%. 6º- O euro apresentou ganho de 0,12%. 7º- O ouro registrou baixa forte de 5,03%. Durante o mês de setembro, os fatores que mais influenciaram foram: 1- Percepção do mercado de que o crescimento anual da economia brasileira se reduzirá dos 3,5%, inicialmente previstos, para ficar mais próximo dos 3% ao ano, em razão do fraco desempenho da economia no 2º semestre; 2- Novos dados indicando desaceleração de setores da economia americana, com conseqüente queda de preços de diversas commodities e petróleo; 3- Crises políticas na Tailândia e Hungria; 4- Escândalo da ?compra de dossiê?, alterando o cenário da corrida presidencial, e mais além, levantando dúvidas sobre a governabilidade e aprovação de reformas em eventual novo mandato do Presidente Lula. Esses fatos criaram muita volatilidade nos mercados acionários mundiais e brasileiro, além de pressionar o mercado doméstico de dólar. Perspectivas Em outubro, no cenário internacional, os mercados continuarão atentos aos rumos da economia americana: inflação, indicadores de crescimento e expectativas sobre os juros. O comportamento dos diversos preços das commodities e do petróleo podem indicar sinais de desaceleração da economia global. Internamente, a dúvida se concentrará sobre a decisão da eleição no segundo turno. Em caso de vitória do Presidente Lula ou do Governador Alckmin, as especulações do mercado ficarão centradas sobre problemas de governabilidade, aprovação de reformas, nova equipe econômica e eventuais alterações de rumo na política econômica. Certamente todos esses ingredientes trarão mais volatilidade ao mercado. Os fundos DI são excelentes opções, devido à baixa inflação futura projetada e proporcionando bom juro real, mesmo com a queda nominal dos juros. Em outubro, o rendimento bruto será na faixa de 0,8% a 1,1%, dependendo da taxa de administração do fundo e da ?marcação a mercado?. Os fundos de renda fixa são boas opções de diversificação para investidores moderados e agressivos. O rendimento bruto em outubro deverá ser similar aos fundos DI, se não houver nenhuma surpresa por parte da percepção do mercado com os juros futuros. Os títulos Indexados à variação do IGP-M continuam como opções de investimento a longo prazo como diversificação de portfólio, pois esses títulos estão rendendo na faixa de 9% a 11% ao ano, mais variação do IGP-M. Com o IGP-M de setembro apresentando inflação de 0,29%, tiveram resultados abaixo dos fundos DI e de renda fixa. Os fundos cambiais (dólar e euro) são boas opções para diversificação de portfólio para investidores com perfil conservador e moderado, com visão de longo prazo, caso o cenário fique mais incerto. Com o aumento da turbulência política e desaceleração da economia mundial, apresentam maior potencial de ganho. O ouro teve mau desempenho em setembro, em razão da queda, de cerca de 4,3%, do ouro no exterior, apesar do aumento do dólar no mercado doméstico. Similar aos fundos cambiais, continua uma opção conservadora atraente para diversificação, devido ao baixo valor do dólar no mercado doméstico e à cotação do ouro no mercado internacional, que ainda está num patamar interessante. O índice Bovespa teve no mês alta de 0,6%. Consideramos 33.370 pontos o valor justo para o índice, ou seja, em termos históricos (1968 até 2006) o valor que não apresenta ágio ou deságio no preço médio das ações. Ao nível atual de 36.449 pontos, o Ibovespa apresenta ágio médio de 9,2%, podendo sofrer correção no curto e médio prazos. As bolsas mundiais, de maneira geral, apresentaram em setembro, novamente, muita volatilidade. Por estarem, ainda, com preços inflados, poderão sofrer correção no curto e médio prazos. Uma possível desaceleração mais forte do crescimento dos EUA será fator fundamental nesse processo de correção. As opções com maior potencial de retorno são as bolsas do Japão, Áustria, França e Reino Unido (países desenvolvidos) e Malásia, Chile, Singapura e Hong Kong (países emergentes). Os imóveis comerciais mantêm-se a preços históricos baixos, embora continuem a apresentar recuperação de preços com a melhoria nas perspectivas do crescimento econômico e em razão de pacote recentemente lançado pelo governo para o setor. Boa opção para diversificação de portfólio de investidores com perfil conservador e moderado.

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