Publicidade

CSN venderá na Bolsa ações da mina Casa de Pedra

Por Agencia Estado
Atualização:

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) vai abrir o capital da mina Casa de Pedra entre junho e setembro deste ano. Localizada em Congonhas, Minas Gerais, a Casa de Pedra é uma mina de ferro que era usada principalmente para abastecer os fornos da própria CSN. Agora, a siderúrgica está explorando a mineração como um negócio à parte. Vai começar a exportar minério da Casa de Pedra, pretende transformá-la na segunda maior mina do mundo e arrecadar bilhões de dólares com a venda de suas ações na Bolsa de Valores de São Paulo. Pelas contas do banco Merrill Lynch, as ações da Casa de Pedra valem cerca de US$ 5,7 bilhões. O cálculo da CSN é diferente. Segundo Otávio Lazcano, diretor-executivo financeiro da companhia, o novo negócio de mineração pode dobrar o valor de mercado da CSN. ?Hoje, a CSN vale cerca de US$ 10 bilhões. Os ativos de mineração como a mina, a operadora ferroviária MRS (a CSN tem 32%), o terminal de exportação em Itaguaí e a trading Nacional Minérios devem valer cerca de US$ 10 bilhões?, disse o executivo. A CSN só vai abrir o capital da Casa de Pedra, sem incluir os outros ativos de mineração. Ao vender ações da Casa de Pedra, a CSN quer descolar os negócios de siderurgia e de mineração e, assim, aumentar a valorização de seus ativos no mercado financeiro. O banco que vai coordenar a operação é o Credit Suisse. Exportação As exportações de minério de ferro também devem começar em breve, disse Lazcano. A empresa já começou a negociar contratos de exportação de minério com compradores que adquirem hoje o produto das grandes mineradoras, a Companhia Vale do Rio Doce, a BHP Billiton e a Rio Tinto. ?Não corremos para fechar contratos de exportação de minério porque estávamos na negociação da Corus. Se tivéssemos comprado a companhia não teríamos mais excedentes entre os anos de 2007 e 2008. Como não há mais a Corus, podemos voltar a negociar. O primeiro negócio deverá ser anunciado em breve?, diz Lazcano. A questão do direito de preferência, que dá à Vale a primeira opção de compra do minério negociado pela CSN com um comprador internacional, não parece ser mais empecilho. Segundo Lazcano, o ?dinheiro da Vale é igual ao dos outros. Se a Vale exercer o direito de preferência, ela terá de pagar o mesmo valor negociado com um comprador externo?, diz. Para se tornar uma exportadora, a CSN decidiu acelerar os investimentos na mina e no porto. A empresa iniciou investimentos de US$ 1,52 bilhão até 2010, quando pretende ter uma capacidade de produção de 55 milhões de toneladas de minério na Casa de Pedra. A meta é aproveitar a forte demanda de minério projetada para os próximos anos. Só o crescimento da produção de aço na China, na Índia e no Brasil projeta uma demanda de 315 milhões de toneladas de minério de ferro. O projeto pode transformar Casa de Pedra na segunda mina de ferro em produção do mundo, atrás apenas de Carajás, da Vale. Em Carajás, a Vale extrai 85 milhões de toneladas de minério num único lugar. Hoje, a segunda mina em produção fica na África do Sul e tem capacidade para 30 milhões de toneladas. Limite A produção da Casa de Pedra está no limite da capacidade de 16 milhões de toneladas por ano. A CSN prevê elevar a capacidade para 21 milhões de toneladas em 2008, 40 milhões, em 2009, e 55 milhões, em 2010. Hoje, metade da produção é consumida nos altos-fornos da usina da CSN em Volta Redonda (RJ). O restante é negociado no mercado. Como parte do plano de exportação, a empresa inaugurou este mês o Porto de Itaguaí, com capacidade para embarcar até 7 milhões. Parte do pacote de investimento será gasto na expansão do porto. Segundo Jayme Nicolato Corrêa, diretor de novos negócios da CSN, responsável por desenvolver a atividade de mineração dentro do grupo, até o fim do ano a capacidade de embarque em Itaguaí será de 30 milhões de toneladas por ano.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.