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Demanda aquecida sustenta alta do dólar

Novo leilão do Banco Central ajudou moeda a encerrar com ganho de 1,22%, fechando a R$ 1,8739.

Por Silvana Rocha e da Agência Estado
Atualização:

Com as incertezas externas no radar, o fluxo cambial negativo de US$ 799 milhões neste mês no mercado local e a intenção explícita do governo de desvalorizar o real, o dólar manteve demanda forte nesta quarta-feira, que sustentou seu preço em alta ante o real pela quarta vez consecutiva. O Banco Central repetiu dois leilões de compra à vista pela quinta sessão seguida, ajudando a potencializar o ganho da moeda. O dólar à vista praticamente saltou dois patamares de preço nesta quarta-feira: passou de R$ 1,8540 no balcão na terça-feira para R$ 1,8770 nesta quarta-feira, com ganho diário de 1,24% e no maior valor desde 25 de novembro de 2011 (em R$ 1,8850). O resultado não só zerou as perdas no ano como levou a moeda norte-americana a contabilizar alta de 0,43% ante o real em 2012. Nestes quatro pregões no azul, o dólar no balcão valorizou-se 2,74%, que equivale ao ganho acumulado em abril. Na BM&F, o dólar spot encerrou esta quarta-feira com alta de 1,22%, a R$ 1,8739. O giro total à vista na clearing de câmbio até 16h50 somava US$ 1,604 bilhão (US$ 1,570 bilhão em D+2) - 63% inferior ao da véspera.Os agentes financeiros ampliaram posições compradas no mercado local, reproduzindo em parte o movimento de alta da divisa norte-americana no exterior em meio à queda das commodities e das bolsas internacionais, por causa das preocupações renovadas com a situação fiscal da Espanha e o seu sistema financeiro. Contudo, o salto da moeda foi sustentado principalmente pelas especulações de última hora em torno da decisão do Copom para a taxa Selic nesta quarta-feira à noite.Como houve a tradicional corridinha de última hora no mercado de juros, com algumas apostas em um corte eventual de até 1 ponto porcentual ou, ainda, a possibilidade cogitada de haver um corte agora de 0,75 pp seguido de outro de 0,25 pp em maio, os investidores reforçaram o hedge cambial, dando sustentação aos negócios no segmento futuro.No mercado de dólar futuro na BM&F, às 17h01, o vencimento da moeda para maio de 2012 subia 0,88%, a R$ 1,8825, com giro forte, de US$ 21,771 bilhões (praticamente equivalente o ao giro anterior), de um total de US$ 21,830 bilhões movimentados com seis vencimentos, todos em alta. À tarde, no entanto, o dólar chegou a saltar para R$ 1,8840 (+1,62%) no balcão, antes do segundo leilão de compra feito pelo BC, no qual fixou a taxa de corte em R$ 1,880. Esta taxa paga pelo BC novamente ficou acima do preço da moeda no balcão naquele momento, de R$ 1,8760. Mais cedo, a autoridade monetária também comprou moeda, pagando R$ 1,8703, enquanto no mercado à vista o dólar valia R$ 1,8670 (+0,70%). Logo após o segundo leilão, o dólar no balcão chegou a acelerar a R$ 1,880 (+1,40%), mas em seguida desceu para R$ 1,887.

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