O CEO da Bolsa de Metais de Londres, Martin Abbott, uma das maiores do mundo, rejeita a tese da China sobre os motivos da alta nos preços de minérios. "Volatilidade sempre existiu. Mas, desta vez, o principal motivo é o aumento brutal da demanda por commodities na Ásia e em especial na China", disse.
"A expansão do PIB da região está ocorrendo em um ritmo que nunca ninguem havia visto. É normal, portanto, que haja uma alta de preços. E, quando o crescimento é tão forte e inesperado, ele vem acompanhado por volatilidade", explicou Abbott. "É a demanda que está gerando a alta nos preços", disse. "Imagine que tivemos fechado um acordo com a China há dez anos fixando o preço do cobre. Hoje, posso dizer com toda a certeza do mundo que a China não estaria recebendo o produto, simplesmente porque não haveria recursos para investir na produção que fosse suficiente para atender à demanda", explicou o CEO da Bolsa de Londres.
Já Supachai Panitchpakdi, secretário-geral da Conferência da ONU para Desenvolvimento e Comércio, tem uma outra avaliação e acusa os especuladores pela alta nos preços de commodities. "A volatilidade nos mercados voltou e temos de ter consciência que o preço das commodities será um assunto crítico nos próximos anos", disse. "Assim que a retomada da economia voltou a ocorrer, os fundos voltaram aos mercados de commodities", afirmou.