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Demarco ganha briga com Dantas na Justiça britânica

Por Agencia Estado
Atualização:

A briga novelesca protagonizada pelos ex-sócios do Opportunity Luiz Roberto Demarco e Daniel Dantas chega ao capítulo final. Ontem, às 10 horas (6 horas de Brasília), o Conselho Privado da Rainha, na Corte de Londres, deu a sentença final, em favor de Demarco, comprovando seu direito de propriedade de 3,5% na gestão de recursos do Opportunity. Ainda não há avaliação precisa sobre quanto isso representa, mas o advogado e atual sócio de Demarco, Marcelo Elias, informou que foram depositados em juízo US$ 15 milhões por Dantas - US$ 5 milhões em dinheiro e US$ 10 milhões em cotas de ações. "A sentença, em terceira instância, é inapelável. Só resta calcular o valor exato da participação acionária e o valor das custas judiciais", afirma Elias. A sentença foi lida na presença dos advogados de ambas as partes. O Opportunity não se pronunciou. Por meio de sua assessoria de imprensa, informou não ter recebido ainda, dos advogados, a notificação judicial. A pendenga entre Demarco e Dantas é longa e atravessa o caminho da igualmente complicada briga do Opportunity com os fundos de pensão estatais, tendo à frente a Previ (Banco do Brasil), pelo controle da Brasil Telecom, terceira maior operadora de telefonia fixa do País. Os fundos e o Citibank, principais acionistas da BrT, entregaram o controle ao Opportunity, que tinha participação minoritária na empresa. Demarco entrou para o Opportunity em 1997 e saiu em fevereiro de 1999. Cinco meses depois, deu início à briga judicial contra o ex-sócio, que começou no paraíso fiscal de Cayman, sede do Opportunity Fund. Na mesma corte foi feita a apelação de Dantas e agora, na Inglaterra, na corte "para territórios de além-mar", teve sua terceira e definitiva instância. Em 2000, os fundos capitaneados pela Previ iniciaram a campanha para tirar poder do Opportunity e obter o controle efetivo da empresa (e de outras seis administradas pelo fundo gestor CVC Opportunity). Começou, então, uma disputa judicial recheada de elementos como espionagem e contra-espionagem. Numa dessas ações, a BrT, presidida então por Carla Cico, escolhida por Dantas, contratou a empresa de espionagem internacional Kroll, que revelou por meio de e-mails e gravações a ligação de Demarco com o então secretário de Comunicação Institucional do governo Luiz Gushiken.

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