SÃO PAULO - Numa sessão de liquidez reduzida, em função do feriado de Tiradentes, o dólar subiu 1,02% ante o real nesta sexta-feira, o que resultou em alta acumulada de 1,15% na semana que se seguiu após a Câmara dos Deputados votar pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff. A Bolsa teve desempenho negativo e fechou o acumulado da semana em queda de 0,60%. O movimento do câmbio nesta sexta-feira foi resultado de ajustes de posições em relação ao exterior e da operação com swaps cambiais reversos do Banco Central (BC) - equivalente à compra de dólares no mercado futuro. O dólar à vista terminou cotado em R$ 3,5669. O viés para a moeda americana ante o real era claramente positivo desde o início do dia. Isso porque ontem, quando o mercado não funcionou no Brasil, o dólar subiu ante várias divisas no exterior, como o dólar australiano, o dólar canadense, o peso chileno e o peso mexicano. Assim, era preciso ajustar as cotações hoje ante o real. Além disso, hoje também foi um dia de novo avanço do dólar no exterior. O BC vem realizando swaps cambiais reversos quase diariamente há um mês e, na última semana, só na terça-feira não houve intervenção.
Bolsa.
A maior contribuição para o resultado do Ibovespa desta sexta veio das ações da Vale, que lideraram o ranking das maiores baixas da carteira Ibovespa ao longo do dia, juntamente com a PN da Bradespar. A ON da mineradora recuou 11,17% e a PNA, -8,21%. A forte desvalorização aconteceu por conta de ajustes aos preços dos ADRs em Nova York (em queda ontem e hoje) e também pelo recuo de 4,7% do preço do minério de ferro no mercado à vista chinês hoje. As ações da Bradespar, acionista da mineradora, caíram 7,61%.
Já os papéis da Petrobrás finalizaram a sessão entre as maiores altas (PN em +2,85% e ON em +4,54%), diante da valorização de 1,30% do petróleo do tipo Brent, na ICE em Londres, e de 1,43% do WTI na Nymex, em Nova York.
Na avaliação do economista da Guide Investimentos, Ignácio Rey, essa sexta-feira teve um tom mais desfavorável para os ativos de risco no Brasil e no exterior, sendo que as bolsas começam a reagir a balanços corporativos bons e ruins. "A pressão negativa continuou nas bolsas. Na Europa, há uma preocupação com as montadoras (por causa do recall para consertar um software que gerencia emissão de poluentes)", disse.