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Dólar cai e Bovespa atinge maior patamar no ano

Moeda encerrou sessão cotada a R$ 3,26, mesmo com intervenção do Banco Central; Bolsa subiu pelo sexto dia seguido, registrando alta de 0,63%

Por Paula Dias e Lucas Hirata. Silvana Rocha
Atualização:

O relatório sobre as condições da economia dos Estados Unidos, divulgado nesta quarta-feira, 13, mostrou um crescimento em ritmo modesto e algumas incertezas à frente, como as eleições para presidente em novembro e os efeitos do Brexit. Além disso, expectativas de corte de juros pelo Banco da Inglaterra nesta quinta-feira, 14, especulações crescentes sobre novos estímulos do governo japonês e indicações de que o crescimento da China está dentro do esperado embalaram os negócios em âmbito mundial. 

Assim, o índice Dow Jones e o S&P 500 atingiram altas recordes e a Bovespa acompanhou, registrando o sexto dia seguido com ganhos e a maior pontuação desde 25 de maio do ano passado, em reação ao Livro Bege do Federal Reserve. O índice Bovespa encerrou o dia aos 54.598,28 pontos, em alta de 0,63%.

Cenário externo teve efeito decisivo no mercado doméstico Foto: Paulo Whitaker/Reuters

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Os mesmos fatores apoiaram ainda a queda do dólar no exterior e no mercado doméstico, pelo segundo dia seguido, apesar da venda total de US$ 1 bilhão em swap reverso no mercado futuro - operação que equivale à compra da moeda pelo Banco Central. A divisa norte-americana no segmento à vista encerrou com baixa de 0,76%, na mínima do dia, aos R$ 3,2692 - menor valor desde a taxa de fechamento de R$ 3,2665 no último dia 4 de julho.

Após uma manhã volátil, a baixa da moeda se intensificou durante a tarde, em resposta à sinalização, oferecida pelo Livro Bege do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), de que a economia norte-americana ainda precisa ganhar força antes de um novo aperto monetário. Com isso, a divisa registrou uma sequência de mínimas nos minutos finais da sessão e encerrou no menor nível do dia, aos R$ 3,2692 (-0,76%). O volume de negócios registrado na clearing da BM&F Bovespa foi de US$ 1,872 bilhão.

No ambiente doméstico, os agentes do mercado acompanharam os desdobramentos da eleição para a presidência da Câmara, diante da expectativa de escolha de um deputado da base aliada do governo. 

Bolsa. Ao registrar sua sexta alta consecutiva, o Índice Bovespa atingiu a sua maior pontuação desde 25 de maio do ano passado (54.609 pontos). Com isso, o Ibovespa passa a acumular alta de 5,96% em julho e de 25,95% em 2016, em reais. Em dólares, o índice soma ganhos de 52,57%.

Pela manhã, um movimento de realização de lucros levou o Ibovespa a cair até 0,97%, perdendo temporariamente o nível dos 54 mil pontos. A recuperação veio à tarde, após a divulgação do Livro Bege. Profissionais do mercado entenderam que o documento confirmou a mensagem "dovish" esperada, indicando que a economia americana ainda precisa de maior impulso antes de se iniciar um aumento de juros. 

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As bolsas americanas reagiram com uma discreta melhora e a Bovespa passou a subir pouco depois das 15h, puxada por ações do setor bancário, que reforçaram a tendência de alta com que já operavam. Em seguida, papéis dos setores de mineração e siderurgia abandonaram as quedas e migraram para o terreno positivo, o que ajudou a consolidar a alta.

Pela manhã as quedas foram lideradas principalmente pelas ações mais negociadas como Petrobrás e Vale, acompanhando a queda das commodities pelo mundo. Após a divulgação do Livro Bege, as ações da Vale passaram a subir e terminaram o dia em alta de 0,73%(ON) e de 1,43% (PNA). No setor bancário, destaque para Itaú Unibanco PN (+2,06%) e Bradesco PN (+2,22%). Já os papéis da Petrobrás apenas reduziram o ritmo de queda, uma vez que os preços do petróleo continuaram a exibir forte queda. Petro ON e PN fecharam com quedas de 2,26% (ON) e 0,19% (ON).

Até o último dia 11, os investidores estrangeiros ingressaram com R$ 540,749 milhões na Bovespa. Em julho, o saldo acumulado está positivo em R$ 1,724 bilhão. No acumulado de 2016, a Bolsa acumula ingresso de R$ 14,366 bilhões em recursos externos. No pregão desta quarta-feira, foram movimentados R$ 8,78 bilhões.