SÃO PAULO - Apesar de o comunicado do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, ser claro ao informar que 15 dos 17 dirigentes da autoridade monetária votaram a favor de um aumento de juros ainda este ano, a presidente da instituição, Janet Yellen, de certa forma pôs panos quentes sobre essa afirmação. Segundo ela, a economia dos EUA ainda não reúne as condições necessárias para uma elevação das taxas. Dessa forma, o dólar, que passou a cair pouco antes do resultado do encontro do BC dos EUA, aprofundou as perdas até fechar no menor valor desde meados de maio.
O dólar comercial terminou cotado a R$ 3,061, menor preço desde 21 de maio (R$ 3,041). Na mínima da sessão, marcou R$ 3,054 e, na máxima, R$ 3,104.
A moeda norte-americana operou em alta durante a amanhã e até o começo da tarde, seguindo a valorização da moeda no exterior ante as divisas de países emergentes e sem se deixar influenciar pelo resultado do fluxo cambial semana. O BC informou hoje que o resultado foi negativo em US$ 1,029 bilhão de 8 a 12 de junho e, no mês, está negativo em US$ 647 milhões.
Antes da decisão do BC dos EUA, no entanto, a moeda no Brasil passou a cair e a renovar mínimas, com alguns investidores se antecipando a uma decisão do Fed e também desovando operações de day-trade, que têm se repetido nos últimos dias, onde eles compram pela manhã e vendem à tarde.
Já o Fed trouxe que o aumento de juros em 2015 é certo para 15 dos 17 dirigentes, mas Janet Yellen depois declarou que a economia ainda não reúne as condições ideais para um aumento das taxas. Além disso, o mercado gostou da informação de que a autoridade monetária reduziu sua projeção de juro médio no fim de 2016 e 2017, indicando um aperto monetário gradual. A expectativa dos investidores é que o aumento dos juros nos EUA irá atrair divisas para lá e diminuir a liquidez em países emergentes, como o Brasil, que veria o dólar ficar mais caro.