O dólar comercial abriu em alta de 1,98% as negociações de hoje no mercado interbancário de câmbio, cotado a R$ 1,901. Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), o dólar com liquidação à vista iniciou com avanço de 1,98% ante o real, negociado a R$ 1,903. "Vai ser um dia complicado de novo, sem um fator técnico ao qual o mercado possa se apegar, com os negócios ao sabor do exterior e com pouca liquidez", afirma um experiente operador, em um prognóstico que traduz o sentimento da maioria dos profissionais do mercado doméstico de câmbio na manhã de hoje. Ainda em decorrência do ambiente de maior aversão ao risco criado desde que explodiu a crise fiscal da Grécia, a volatilidade deve imperar, com os investidores apegando-se a qualquer informação para fazer negócios, mas mostrando mais sensibilidade às notícias negativas. O euro opera na fronteira de US$ 1,21 para US$ 1,22, abaixo do nível de US$ 1,2383 registrado no final da tarde de ontem, em Nova York, com o sentimento de aversão ao risco endossado pela tensão crescente entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul. As bolsas da Ásia registraram quedas acentuadas e as europeias vão no rastro, com recuos ao redor de 3%. Commodities também perdem valor, o que não deve deixar espaço para o real tentar traçar caminho independente e distinto. A valorização dó dólar hoje deve ser forte.A preocupação dos mercados com a deterioração da relação entre as duas Coreias deve-se mais aos problemas que isso pode causar no relacionamento entre Estados Unidos e China. O gigante emergente asiático é o principal parceiro comercial da Coreia do Norte, enquanto os EUA têm relação estreita com a Coreia do Sul, onde, inclusive, possuem soldados. E isso acontece num momento em que a China e os EUA tentam avanços em sua própria relação, que não é das mais simples.Mas a maior insegurança dos investidores continua sendo a Europa. Os investidores ficarão de olho nas notícias vindas do Velho Continente, principalmente naquelas relacionadas à saúde do sistema financeiro. Um sinal de que a desconfiança continua grande pode ser visto nas taxas de empréstimo entre bancos na Europa, que estão nos níveis mais altos desde julho do ano passado.