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Dólar e iene sobem com crise na Europa e tensão entre Coreias

Euro caiu a seu menor nível ante o iene desde outubro de 2001

Por Ricardo Gozzi e da Agência Estado
Atualização:

O dólar e o iene ganharam terreno em meio a preocupações quanto ao impacto da crise da dívida na zona do euro sobre o setor financeiro combinadas com o aumento da tensão na Península Coreana.

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O euro caiu a seu menor nível ante o iene desde outubro de 2001 e chegou perto da mínima em quatro anos ante o dólar antes de conseguir uma modesta recuperação no fim da tarde.

Dados melhores que o esperado sobre o sentimento do consumidor norte-americano ajudaram a acalmar os nervos dos investidores e as ações norte-americanas recuperaram parte de suas perdas iniciais no fim do pregão.

Coreia defende won

A Coreia do Sul, por sua vez, defendeu o won pela primeira vez em mais de um ano ao intervir no câmbio quando a moeda caía à mínima em quase um ano por causa das tensões com a Coreia do Norte.

Apesar da recuperação do euro no fim do dia, "as pessoas estão nervosas", observou John McCarthy, gerente de câmbio do ING Capital Markets em Nova York, o que provoca declínios acentuados na cotação de moedas intimamente ligadas ao crescimento global, como os dólares australiano e canadense, que perderam perto de 0,8% ante o dólar norte-americano.

Os indicadores positivos nos EUA tiraram um pouco do nervosismo dos mercados, ajudando o euro e se refazer de parte das perdas, apesar de ter caído mais de 0,3% ante o dólar.

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O índice de confiança do consumidor do Conference Board subiu pela terceira vez consecutiva, passando de 57,7 em abril para 63,3 em maio, segundo dados divulgados hoje; analistas projetavam a leitura do dado em 58,5.

Matthew Strauss, estrategista cambial da RBC Capital Markets em Toronto, disse ter recomendado a clientes que vendam o euro diante das mais modestas altas.

Recomendações do FMI

Dando ênfase aos temores de que a crise da dívida na zona do euro poderia estar atravessando fronteiras, o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou ontem uma advertência excepcionalmente dura sobre a economia da Espanha e recomendou a Madri que promova "reformas rápidas e radicais" para evitar os problemas que têm assolado a Grécia. A análise veio à tona depois que o banco central espanhol assumiu, no fim de semana, o banco estatal de poupança CajaSur, que detém 0,6% dos ativos do sistema bancário.

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"Se havia alguma dúvida antes, agora não há mais", disse Marc Chandler, diretor da unidade de câmbio do Brown Brothers Harriman em Nova York. "A crise da dívida europeia não é um fenômeno meramente grego. A Espanha é o foco agora."

Apesar disso, o diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, assegurou hoje que a atual crise fiscal na União Europeia (UE) não representa uma ameaça ao euro.

No fim da tarde, em Nova York, o euro era negociado a US$ 1,2328, de US$ 1,2383 ontem; o dólar era cotado a 90,05 ienes, de 90,40 ienes na ontem; a libra estava em US$ 1,4394, de US$ 1,4438 ontem. As informações são da Dow Jones.

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