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Dólar é pressionado pelo exterior e abre a semana em alta

Autoridades de bancos centrais de vários países alertarem no fim de semana para mais turbulência no mercado financeiro

Por Silvana Rocha e da Agência Estado
Atualização:

A semana de agenda interna cheia tende a ser marcada pela volatilidade nos mercados. Os negócios no mercado de câmbio começaram nesta segunda-feira, 26, com um leilão do Banco Central de até 10 mil contratos de swap cambial para 02/12/2013 (US$ 500 mil), que equivale à venda de moeda no mercado futuro. Essa operação, no entanto, só ameniza a pressão vinda do exterior.

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O dólar abriu cotado a R$ 2,3670 (+0,47%) no balcão. Às 9h44, a moeda registrou uma mínima, a R$ 2,3550 (-0,04%).

No mercado futuro, no mesmo horário, o contrato de dólar com vencimento em 1º de setembro subia a R$ 2,3595 (+0,28%), após atingir uma máxima, a R$ 2,3725 (+0,83%). A mínima desse vencimento foi de R$ 2,3570 (+0,16%), registrada após uma abertura a R$ 2,3610 (+0,34%).

A demanda pela divisa dos EUA é sustentada num ambiente de cautela. Autoridades de bancos centrais de vários países alertarem no fim de semana para mais turbulência no mercado financeiro, enquanto o Fed, o banco central dos Estados Unidos, se prepara para reduzir os estímulos à economia do país.

Os mercados globais estão hesitantes desde maio, quando o Fed começou a sinalizar que poderia reduzir as compras de bônus, de US$ 85 bilhões por mês. Os juros de hipotecas aumentaram nos EUA e as moedas e ações de várias economias emergentes caíram. Essa volatilidade é um sinal de que os efeitos dessa redução "podem não ser suaves", disse o vice-presidente do Banco da Inglaterra, Charles Bean, durante o simpósio de política monetária do Fed de Kansas City em Jackson Hole, Wyoming.

Além disso, a disputa entre comprados e vendidos no mercado futuro em torno da definição da taxa Ptax de fim de mês, que será formada na próxima sexta-feira, 30, deve alimentar a instabilidade do câmbio interno nos próximos dias. As expectativas também estarão voltadas para o resultado da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (na terça-feira, 27, e na quarta-feira, 28) e a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro do segundo trimestre, na sexta-feira, 30, que também devem mexer com as decisões de negócios.

Depois que o presidente do BC, Alexandre Tombini, alertou para o fato de que os juros futuros incorporam prêmios excessivo e que a aposta em uma única direção poderá trazer perdas aos que investem em movimentos unidirecionais da moeda norte-americana, houve na sexta-feira passada, 23, a desmontagem de uma série de posições compradas em dólar e juros no mercado futuro. A previsão de uma oferta de até US$ 60 bilhões até o fim do ano por meio de leilões diários de swap cambial, a serem feitos de segunda a quinta-feira, e de leilão de linha, às sextas-feiras, tornou mais arriscado apostar no avanço do dólar ante o real.

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Devido a isso também, para o Copom desta semana, a perspectiva majoritária entre investidores é de uma nova alta de 0,50 ponto porcentual da Selic, para 9% ao ano, que poderá ser seguida de dois novos apertos na mesma magnitude, em outubro e novembro.

O leilão desta segunda-feira, 26, realizado das 9h30 às 9h40 e cujo resultado será conhecido ainda nesta manhã, trata-se da primeira operação de swap após o anúncio feito na última quinta-feira, 22, do novo programa de leilões de câmbio do BC, que começou com uma oferta de linha de até US$ 1 bilhão (venda de moeda com compromisso de recompra) na sexta-feira, 23. Em reação a essa estratégia, o dólar à vista encerrou a semana passada cotado a R$ 2,3560, com baixa de 3,36% - maior recuo porcentual em um único dia desde 29 de junho de 2012, quando caiu 3,50%. No mercado futuro, o dólar para setembro de 2013 fechou a R$ 2,3530.

A agenda de indicadores dos Estados Unidos para esta semana tem como destaque a segunda leitura do Produto Interno Bruno (PIB) do segundo trimestre; as encomendas de bens duráveis em julho, o índice de confiança do consumidor em agosto, medido pelo Conference Board; e o índice de atividade ISM do Fed de Chicago em agosto.

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