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Dólar fecha em alta, cotado a R$ 3,73; Bolsa cai 0,47%

Cautela dos mercados globais diante de conflitos comerciais pressionou cotação do dólar; Bolsa mantém patamar dos 81 mil pontos

Por Paula Dias e Simone Cavalcanti
Atualização:

O mercado local de ações desta segunda-feira, 06, foi marcado pelo baixo volume de negócios, com o cenário eleitoral ainda se desenhando. Já o câmbio doméstico acompanhou o movimento da moeda americana no exterior, que se valorizou ante outras divisas fortes e emergentes diante do aumento da tensão comercial entre EUA e China. Após as altas recentes, houve leve correção na Bolsa, que terminou o dia em queda de 0,47%, aos 81.050,76 pontos. Já o dólar fechou em R$ 3,7333, com ganho de 0,68%.

A cautela dos mercados globais diante dos conflitos comerciais entre Estados Unidos e China provocou alta do dólar Foto: Epitácio Pessoa/AE

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Guerra comercial entre China e EUA provoca alta do dólar

A cautela dos mercados globais diante dos conflitos comerciais entre Estados Unidos e China foi determinante nesta segunda-feira, 06, para uma alta generalizada do dólar, que também se refletiu no mercado de câmbio brasileiro. A moeda americana chegou a operar em queda pela manhã, repercutindo o noticiário eleitoral mais animador para os investidores, mas acabou por sucumbir à influência externa e passou a oscilar em alta moderada até o final do dia.

No mercado à vista, o dólar fechou cotado a R$ 3,7333, com ganho de 0,68%. Entre a mínima e a máxima, a cotação oscilou de R$ 3,6916 (-0,44%) e R$ 3,7338 (+0,70%). 

"Os mercados já estão de certa forma acostumados às idas e vindas das disputas entre Estados Unidos e China. Mas desta vez a China parece ter mudado o discurso, mostrando-se disposta a enfrentar uma longa guerra comercial. É um fato novo no conflito, uma vez que os chineses parecem ter desistido de apaziguar a questão", disse Cleber Alessie Machado Neto, operador da Hcommcor corretora. No fim de semana, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, escreveu em seu Twitter que as tarifas contra a China "estão indo muito bem" e nesta segunda, o jornal estatal chinês Global Times afirmou em editorial que o governo de Pequim está preparado para uma guerra comercial "prolongada" com os EUA, se preciso. O aumento da tensão entre Washington e Pequim se somou a outras dúvidas no mercado internacional, como as incertezas em torno do Brexit, o que favoreceu uma busca dos investidores por ativos conservadores.

Com os investidores fugindo de ativos de maior risco, as moedas de países emergentes foram as que mais se desvalorizaram. Às 17h26, as maiores altas do dólar eram vistas ante a lira turca (+4,60%) o rand sul-africano (+0,93%) e o rublo (+0,70%). No caso da lira, a moeda atingiu sua mínima histórica ante o dólar, refletindo temores de ingerência política sobre o banco central da Turquia e as tensões políticas entre o país e os Estados Unidos.

Bolsa tem leve correção e fecha em queda

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Sem a divulgação de resultados corporativos relevantes e com o desenho do cenário político mais nítido, o Ibovespa conseguiu defender o patamar dos 81 mil pontos - ao qual chegou na sexta-feira - muito embora tenha operado preponderantemente em terreno negativo. Pela manhã tocou o terreno positivo para logo mais tocar os 80 mil pontos.

O principal índice do mercado de ações brasileiro encerrou a sessão de negócios desta segunda-feira em baixa de 0,47%, aos 81.050,76 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,61 bilhões, abaixo da média do mês.

Para Marco Saravalle, estrategista da XP Investimentos, a Bolsa operou sem volatilidade nesta segunda, mostrando certa correção da alta da sessão anterior em um contexto no qual a corrida à Presidência da República se mostra um pouco mais definida. "Estamos com grandes expectativas para os dias 15 e dia 31 de agosto", ressaltou.

De acordo com a legislação eleitoral, 15 de agosto é último dia para o registro das candidaturas na Justiça Eleitoral - até lá alianças partidárias ainda têm condições de serem alteradas - e em 31 deste mês tem início a propaganda em rádio e Televisão.

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Segundo Saravale, a temporada de balanços mostrou que o país segue em tendência de recuperação, mas aquém da expectativa mais otimista que pautou o início do ano. Há pouco menos de seis meses a perspectiva para o crescimento da economia brasileira era em torno de 3% - para os mais otimistas - e hoje se vê que isso se reduziu à metade. "Esse crescimento mais modesto no resultado das empresas se alinha com as novas perspectivas para o PIB [Produto Interno Bruto] deste ano", disse. "Os preços dos principais ativos justificam os fundamentos de curto prazo e, ao menos neste mês de agosto, devem permanecer mais acomodados".

Durante o pregão, as ações de Petrobrás e Vale ajudaram a limitar a queda do índice sob influência do bom desempenho das commodities no exterior. Vitor Suzaki, analista da Lerosa Investimentos, nota que perto do fim do pregão, a desaceleração do ritmo de alta das ações dessas duas companhias contribuiu para acentuar a queda do índice.

As ações da Petrobrás encerraram o pregão com sinais mistos, sendo alta de 0,26% (ON) e baixa de 0,28% (PN). Os papéis de Vale (ON) recuaram 0,11%.

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