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Dólar inverte sinal durante a tarde e fecha em alta de 0,5%

Moeda americana reduziu as fortes perdas vistas mais cedo após dados que mostraram saída de divisas do País e encerrou o dia cotada em R$ 3,039; Bovespa fechou em baixa de 0,74%

Por Denise Abarca e Clarissa Mangueira
Atualização:

Texto atualizado às 17h35

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Na contramão da tendência externa, o dólar fechou em alta ante o real, em um movimento consolidado a partir do meio da tarde, quando passou a renovar as máximas da sessão. Em meio à agenda fraca e à ausência de notícias de impacto, os investidores optaram por reduzir sua exposição à moeda brasileira diante da avaliação de que os fundamentos não autorizam otimismo de curto prazo sobre a economia doméstica, reforçada pelos dados negativos do fluxo cambial da primeira semana de maio.

Após um dia em que operou tanto no campo positivo como no negativo, o dólar fechou em alta de 0,5%, cotado em R$ 3,039. Durante a manhã, a moeda caiu com força, em uma reação a dados fracos das vendas no varejo dos Estados Unidos e pressionada pelo viés de baixa generalizado no mercado internacional. 

Por volta das 15h15, o dólar passou a operar estável, cotado a R$ 3,024, mostrando-se com pouca força para se firmar no campo positivo por causa do movimento no exterior. Na máxima do dia, o dólar bateu R$ 3,042; na mínima, a moeda chegou a R$ 2,982. Na mesma faixa horária, o Ibovespa recuava 0,88%, aos 56.291 pontos. 

Moeda norte-americana iniciou o dia em queda, mas anulou perdas e operava perto da estabilidade Foto: Reuters

Durante a manhã, o apetite dos investidores por ativos considerados mais arriscados foi estimulado pelos números do PIB da zona do euro no primeiro trimestre, com crescimento das quatro maiores economias do bloco (Alemanha, França, Itália e Espanha) pela primeira vez em cinco anos, além dos dados de vendas no varejo e produção industrial da China piores que o esperado e que fortalecem as expectativas por novos estímulos. É esse contexto que dá impulso hoje às divisas de países emergentes e exportadores de commodities em âmbito global.

Os investidores repercutem ainda declarações do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Em Londres, em palestra na Bolsa de Valores britânica, ele falou de Banco Central "muito vigilante" e defendeu o ajuste fiscal. Também monitoram a reunião do vice-presidente da República, Michel Temer, com líderes da base aliada no Congresso e ministros para negociar a votação da Medida Provisória 664, que endurece o acesso a benefícios previdenciários. 

Bolsa. A Bovespa fechou em baixa pelo segundo dia seguido, conduzida pelo recuo nos setores de mineração, siderurgia e bancos. Os papéis ON da Eletrobras e os PN da Gerdau Metalúrgica registraram as maiores baixas da Bolsa, após a notícia de que foram excluídas do índice MSCI Brasil, que é usado como referencial por fundos do mundo todo. No fim dos negócios, o Ibovespa indicou baixa de 0,74%, aos 56.372,79 pontos. O volume de negócios totalizou R$ 6,516 bilhões.

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A bolsa abriu a sessão em queda, refletindo balanços do dia piores que o esperado, como Bradespar e Telefônica Vivo, e também por conta da exclusão das ações ON da Eletrobras, PN da Gerdau Metalúrgica e PN da Bradespar do índice MSCI Brasil no rebalanceamento semianual da carteira, divulgado na noite de ontem. As três ações registraram quedas acentuadas na sessão: Bradespar PN -4,08, Eletrobras ON -8,90 e Gerdau Metalúrgica PN -6,09%. Os papéis do Bradespar também sofreram impacto do prejuízo de R$ 569,241 milhões reportado pela empresa no primeiro trimestre, revertendo lucro de R$ 332,388 milhões no mesmo período do ano passado.

Além disso, os papéis de maior peso no índice, como Vale e bancos, recuaram na sessão, o que ajudou a pressionar a Bolsa para baixo. A queda o Ibovespa só não foi mais intensa devido à valorização das ações da Petrobras com as expectativas sobre a divulgação do balanço da empresa e notícias de que a estatal está se preparando para realizar uma emissão de mínimo de R$ 3 bilhões em debêntures. Petrobras ON +1,50% e Petrobras PN +1,31%.

As ações ON e PNA da Vale terminaram com -3,27% e -2,65%, respectivamente, prejudicadas pela decisão da agência de classificação de risco Moody's de alterar a perspectiva do rating da companhia de estável para negativa. No setor financeiro, Banco do Brasil ON -1,85%, Bradesco ON -1,40%, Bradesco PN -1,47% e Itaú Unibanco -0,69%.

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