SÃO PAULO - A surpresa com a decisão do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês), que reduziu nesta sexta-feira, 21, as taxas de juros de referência de curto prazo do país, garantiu uma abertura em baixa para o dólar no retorno de feriado em cidades como São Paulo.
Por volta das 13h10, o dólar à vista operava a R$ 2,5280, em baixa de 1,75%.
O movimento está alinhado à reação da moeda dos Estados Unidos ante as rivais de países emergentes e ligadas a commodities e ocorre apesar de as últimas informações sobre a formação da nova equipe econômica da presidente Dilma Rousseff indicarem tendência de volatilidade.
O anúncio do BC chinês ocorre após o enfraquecimento da atividade econômica. A última vez que o banco cortou juros foi em julho de 2012.
O PBoC reduziu a taxa de juros de empréstimo de um ano em 0,4 ponto porcentual, para 5,6%, e cortou a taxa de juros de depósito de um ano em 0,25 ponto porcentual, para 2,75%. A autoridade monetária chinesa também deu mais flexibilidade para as taxas de depósito, ao permitir que bancos ofereçam até 1,2 vez o nível da taxa de referência, de 1,1 vez anteriormente. Segundo o PBoC, o corte de juros não significa uma mudança na direção da política monetária.
Os negócios locais são influenciados pela expectativa de algum anúncio sobre a composição da equipe econômica no segundo mandato da presidente Dilma e as incertezas têm potencial para gerar volatilidade e até uma elevação do dólar ante o real.
Na quinta-feira, 20, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, recusou o convite para assumir o Ministério da Fazenda. A presidente Dilma teria se encontrado, em sigilo, com o ex-secretário executivo da Pasta Nelson Barbosa.
Além da escolha dos nomes para a Fazenda e ainda o Banco Central, o mercado doméstico está de olho na questão fiscal. O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou que tentará votar na próxima semana o projeto de lei que flexibiliza a meta do superávit primário deste ano.