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Dólar sobe 1,19%, cotado a R$ 1,695

Na 4ª feira, CMN fechou as brechas que permitiriam aos estrangeiros burlar as últimas medidas e completou o trabalho que a Fazenda havia iniciado na 2ª feira à noite

Por Cristina Canas (Broadcast) e da Agência Estado
Atualização:

O dólar comercial fechou o dia em alta de 1,19%, negociado a R$ 1,695 no mercado interbancário de câmbio. Na quarta-feira, o Conselho Monetário Nacional (CMN) fechou as brechas que permitiriam aos estrangeiros burlar as últimas medidas cambiais e completou o serviço que o Ministério da Fazenda havia iniciado na segunda-feira à noite, ao anunciar um Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 6% nas entradas para renda fixa e para o depósito de margens nos negócios com derivativos feitos na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F).

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O consenso é de que, agora, não restaram alternativas aos investidores externos a não ser pagar o imposto. Isso deve reduzir as arbitragens, ou seja, o fluxo de capitais especulativos que no diagnóstico do governo tem sido um forte componente a determinar a trajetória de queda do dólar ante o real.

Mais uma vez, o cenário internacional não ajuda. O dólar repete a rota de queda generalizada na manhã desta quinta e o consenso é de que isso tende a diminuir a reação às alterações anunciadas para o câmbio na quarta-feira. "As decisões do CMN são parte de um conjunto de medidas que o governo está tomando desde o início do mês para colocar cerco à arbitragem dos investidores estrangeiros. E isso está tendo algum impacto. Na quarta-feira, o dólar caiu menos aqui do que no exterior", disse hoje um profissional do mercado. Para outro especialista, o mercado deve mostrar alguma reação nas cotações do dólar hoje, pois "se havia o entendimento de que as brechas anulariam o aumento da taxação nos depósitos de margens, hoje isso caiu por terra".

O gerente de Operações do Banco Indusval, Alberto Félix de Oliveira Neto, concorda que não sobraram brechas, mas alerta que novas ideias podem surgir. Para ele, o impacto nas cotações do dólar ante o real nesta quinta será mais no sentido de impedir novas quedas do que de imprimir rota de alta. Tudo por causa do cenário internacional. Como lembrou Clodoir Vieira, da Souza Barros, o problema de fundo, que é a taxa de juros alta no Brasil, em oposição ao nível historicamente baixo nos países desenvolvidos, continua.

Alguns números mostram que, como estão avaliando os profissionais de mercado, o conjunto de medidas está tendo efeito nos fluxos de capital para o País. No pregão de terça-feira, os estrangeiros compraram US$ 2,1 bilhões em contratos de derivativos de dólar na BM&F. Na quarta-feira, adquiriram mais US$ 415 milhões.

(Texto atualizado às 16h43)

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