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Dólar sobe e fecha cotado a R$ 3,49 após atuação do BC e mudança no IOF

Governo aumentou a alíquota do imposto de 0,38% para 1,10% sobre a compra da divisa em espécie; Bolsa caiu 0,65%

Por Fabrício de Castro e Paula Dias
Atualização:
Governo aumentou o imposto para compra de moeda estrangeira em espécie Foto: Paulo Vitor/Estadão

Depois de ter recuado 3,63% na semana passada, o dólar voltou a sofrer pressão de compra e fechou em alta de 1,68% nesta segunda-feira, cotado a R$ 3,4952. O avanço foi atribuído principalmente ao leilão de contratos de swap cambial reverso promovido pelo Banco Central pela manhã, cujo efeito equivale à compra de dólares no mercado futuro. Profissionais também citaram algumas especulações em torno do cenário político, em especial sobre a possibilidade de um governo comandado por Michel Temer tentar evitar uma desvalorização maior da moeda americana. Já o Índice Bovespa terminou em baixa de 0,65%, aos 53.561,53 pontos. Os negócios com ações foram influenciados principalmente pelo desempenho negativo do setor financeiro.

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Pela manhã, os mercados foram surpreendidos pela notícia da alteração do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 0,38% para 1,10% na compra de moeda estrangeira em espécie. As dúvidas quanto ao alcance do decreto publicado no Diário Oficial da União teriam ajudado a pressionar as cotações pela manhã, embora pontualmente. Com a medida, assinada pela presidente Dilma Rousseff e pelo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, a expectativa seria de arrecadar R$ 2,377 bilhões por ano. 

Conforme anunciado na sexta-feira, o Banco Central ofertou hoje 40 mil contratos de swap cambial reverso, em três vencimentos. A instituição vendeu o lote integral, apenas para o vencimento de 1º de agosto, totalizando US$ 2 bilhões. A moeda reagiu com alta e chegou à máxima de R$ 3,5085 (+2,07%).

Bolsa. Na Bovespa, o período da tarde foi de poucas oscilações, embora o mercado tenha registrado volatilidade nas primeiras horas de negociação. Com forte participação na carteira do Ibovespa, as ações de grandes bancos recuaram durante todo o dia, influenciadas principalmente pela notícia do pedido de recuperação judicial da Sete Brasil, que fez surgir o temor da necessidade de um aumento de provisões.

O setor bancário já vinha sofrendo desde a semana passada, quando o resultado trimestral do Bradesco mostrou aumento de provisões por conta de créditos com risco de dafault. As quedas foram lideradas por Itaú Unibanco PN, que recuou 2,77%, seguida por Banco do Brasil ON (-2,53%) e Bradesco PN (-1,97%).

Com o feriado na China, não houve negociação com o minério de ferro. Ainda assim, as ações da Vale oscilaram intensamente, ao sabor da volatilidade dos índices de metais e das ações de outras empresas mineradoras pelo mundo. Ao final dos negócios, Vale ON subiu 0,91%, enquanto Vale PNA recuou 0,70%. Com os contratos futuros de petróleo em forte queda, as ações da Petrobras operaram sem tendência definida durante todo o dia. No fechamento, as preferenciais terminaram em baixa de 0,59%, enquanto as ordinárias ficaram estáveis.

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