PUBLICIDADE

Dólar sobe para R$ 3,616 e Bovespa avança 0,7% com política no foco de investidores

Nesta segunda-feira, investidores ficaram de olho no leilão do Banco Central e no cenário político

Por Fabrício de Castro
Atualização:
Na Bovespa, o cenário político continuou em primeiro plano e foi o principal fator de flutuação das ações Foto: Paulo Whitaker/Reuters

SÃO PAULO - Numa sessão bastante técnica, o dólar à vista subiu hoje 1,03% ante o real e fechou cotado em R$ 3,6163, com investidores reagindo ao anúncio, ocorrido na sexta-feira, de que o Banco Central realizaria hoje leilão de swap cambial reverso (equivalente à venda de dólares no mercado futuro). Já a Bovespa se apegou ao cenário político, com maiores chances de impeachment de Dilma Rousseff, e avançou 0,70%, aos 51.171,55 pontos.

PUBLICIDADE

No cenário de leilão do BC, surgiram ajustes nas cotações entre os mercados à vista e futuro logo cedo. A moeda para abril abriu em alta e chegou a marcar uma máxima de R$ 3,6570 (+0,61%) às 9h54, sendo que no mesmo horário a divisa à vista marcou a máxima de R$ 3,6473 (+1,89%). Só que, depois disso, a moeda para abril começou a perder força, em meio à avaliação de que as condições do leilão de swap reverso do BC limitavam o efeito sobre as cotações nesta segunda-feira.

Quando a operação de fato ocorreu, o BC vendeu apenas 5.500 contratos de swap reverso (US$ 272,7 milhões), ou 27,5% da oferta total de 20.000 contratos (US$ 1 bilhão). Neste caso, de acordo com profissionais ouvidos, não é possível saber se o problema foi falta de demanda por parte do mercado ou se o BC acabou não aceitando as taxas oferecidas. O fato é que, em meio às dúvidas sobre o swap reverso, os investidores se voltaram mais para o cenário político brasileiro, que mantinha o viés baixista para o dólar futuro.

Na Bovespa, o cenário político continuou em primeiro plano e foi o principal fator de flutuação das ações. O mercado de renda variável operou em compasso de espera por desdobramentos da crise política, conservando a expectativa de que a crise econômica comece a ser enfrentada no médio prazo, após o desfecho do processo de impeachment. A percepção de que o governo se enfraquece a cada dia reforça a aposta no afastamento da presidente Dilma Rousseff e hoje ajudou sustentar os preços das ações em alta. O Ibovespa fechou em alta de 0,7%, aos 51.171 pontos.

Nesse ambiente de espera, os investidores mantiveram, em alguns setores, o perfil de curto prazo e realizaram lucros acumulados nos últimos dias. Entre esses papéis, destaque para as ações da Vale, que caíram 1,17% (ON) e 0,62% (PNA). Os dois papéis contabilizam valorização em torno de 30% em março. Petrobrás ON cedeu 0,49% e PN caiu 0,74%.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.