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Dólar sobe pelo terceiro dia e fecha valendo R$ 1,854

Alta de 0,71% levou moeda norte-americana ao maior valor desde o dia 2 de janeiro deste ano

Por Silvana Rocha e da Agência Estado
Atualização:

O dólar no mercado à vista fechou nesta terça-feira na máxima do dia, com alta de 0,71%, a R$ 1,8540, maior valor desde 2 de janeiro deste ano (quando a moeda ficou em R$ 1,870). Na BM&F, o spot terminou com ganho de 0,67%, também na máxima de R$ 1,8514. Esta foi a terceira sessão seguida em que a moeda se valoriza em meio a um giro forte e a quarta vez que o Banco Central fez dois leilões de compra à vista no mesmo dia. O ganho acumulado nestas três sessões foi de 1,48% - equivalente à valorização acumulada em abril. No ano, a perda acumulada pelo dólar reduziu-se a 0,80%. O giro total registrado na clearing de câmbio até às 17h02 somava US$ 2,666 bilhões (US$ 2,642 bilhões).As duas intervenções desta terça-feira chamaram a atenção porque ocorreram quando o dólar à vista estava em alta e galgava novo patamar e, no exterior, a moeda norte-americana oscilava ao redor da estabilidade. Apesar das duas atuações da autoridade monetária, não foi identificado um fluxo cambial expressivo. Isso significa que a demanda por moeda foi sustentada pelas tesourarias de bancos, que operam em nome de corretoras, importadores, exportadores e investidores (locais, estrangeiros e institucionais).Quando o BC chamou o primeiro leilão, o preço à vista da moeda estava em R$ 1,8440, em alta de 0,16%, enquanto a taxa de corte do BC foi superior, de R$ 1,8448. No leilão vespertino, o dólar à vista estava em R$ 1,850 (+0,49%) e a taxa de corte do BC foi de R$ 1,8520.Por trás da escalada do dólar há uma mudança de percepção dos investidores em relação à crise internacional. Além disso, a expectativa de queda de 0,75 ponto porcentual da taxa Selic na quarta-feira, dos atuais 9,75% para 9% ao ano, e a possibilidade de mais um corte de 0,25 ponto porcentual no juro básico em maio devem diminuir o poder de arbitragem dos investidores nos mercados de câmbio e juros. Desse modo, o mercado avalia que o espaço de queda do dólar é limitado.Por isso, os agentes financeiros passaram a especular em torno da alta da moeda norte-americana. Já o Banco Central continua comprando dólar mesmo com o preço à vista em alta, a fim de passar confiança ao mercado de que mantém sua política de compra de moeda para as reservas e de ganhar contabilmente com a rentabilidade das reservas.

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