PUBLICIDADE

Dólar sobe, sem rolagem de swaps e na contramão do exterior

A ausência do Banco Central no mercado fez o investidor esquecer o cenário externo e o dólar terminar o mês com ganho de 1,84%

Por Cristina Canas (Broadcast) e da Agência Estado
Atualização:

A ausência do Banco Central, que resolveu não rolar o vencimento dos contratos de swap cambial que vencem na quarta-feira, foi o destaque do dia no mercado doméstico de câmbio. Pelo menos durante este último pregão de julho, os investidores esqueceram-se dos motes que continuam movendo os negócios no exterior - as expectativas e apostas em torno dos resultados das três reuniões de política monetária agendadas para esta semana - e focaram os negócios nas consequências que pode ter a decisão do BC de "enxugar" os cerca de US$ 4,5 bilhões que correspondem a 91.400 contratos que devem ser liquidados nesta quarta-feira. A consequência foi uma alta de 0,34% no dólar à vista de balcão, que encerrou a sessão valendo R$ 2,047. No mês, a alta ficou em 1,84%. A Ptax, que vai ser usada para a liquidação dos contratos futuros e de swap, fechou a R$ 2,0499, com valorização de 0,92% no dia e de 1,41% em julho. No mercado futuro, o contrato de agosto valia R$ 2,050, com aumento de 0,39% e o contrato de setembro, R$ 2,065, com elevação de 0,56%, às 17h21. "Os investidores que vão precisar compensar a liquidação desses contratos para manter operações de proteção, o hedge, foram a mercado comprar dólares e isso pressionou a moeda norte-americana para cima. Mas o mercado comportou-se muito bem, não houve exageros", disse um operador. Segundo esse especialista, os agentes incorporaram bem o fato de que o Banco Central está vigilante em relação à taxa de câmbio e não estão correndo muitos riscos. "Por isso, as oscilações das cotações ocorrem em intervalos curtos", completou. Com a alta desta terça-feira, o dólar voltou a rondar o nível de R$ 2,05 e a percepção dos especialistas é de que essa marca pode se sustentar, se nenhuma novidade jogar a moeda norte-americana em novos patamares. Mas, pelo menos um fato previsto para amanhã tem potencial para mudar o atual equilíbrio da moeda norte-americana, para cima ou para baixo: o resultado da reunião de política monetária do Federal Reserve. Há tempos os investidores aguardam novidades da autoridade monetária norte-americana no sentido de incentivar a economia, e as expectativas em torno do tema têm sido determinantes para o comportamento do dólar. Também pesam perspectivas semelhantes em relação ao Banco Central Europeu (BCE) e ao Banco da Inglaterra (BoE), estas em menor escala. Essas duas instituições discutem as respectivas políticas monetárias na quinta-feira. Diante disso, o dólar perdeu fôlego ante a maioria das moedas, na contramão do que ocorreu no mercado doméstico.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.