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Dólar supera R$ 2,12 e já sinaliza novo teto informal

Na semana, ganhos da moeda americana totalizam 2,11% e somam 4,78% no mês. No ano, o avanço já é de 13,80%

Por Nalu Fernandes e da Agência Estado
Atualização:

O dólar encerrou a semana com ganho de 2,11%, e acima de R$ 2,12, impulsionado pela percepção crescente entre os agentes do mercado de que há maior disposição do governo e do Banco Central para tolerar um real mais depreciado, com objetivo de estimular o crescimento econômico, principalmente a indústria brasileira. A divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre do ano em um nível considerado enfraquecido reforçou tal entendimento e, como resultado, os investidores testam em qual patamar do dólar o Banco Central voltaria a intervir no mercado. Após a definição da Ptax nesta sexta-feira, que servirá de referência para liquidação de contratos de derivativos cambiais em dezembro, os investidores puxaram a cotação do dólar no período da tarde em antecipação à sazonalidade que predomina sobre o câmbio no último mês do ano, tradicionalmente de remessas corporativas mais intensas para honrar compromissos no exterior."Há demanda entrando no último mês do ano para hedge corporativo e há muitas saídas não apenas por estas operações, mas também para remessas das empresas. Além disso, a perspectiva de crescimento é bem preocupante", citou a diretora de estratégia cambial para a América Latina do Royal Bank of Scotland (RBS), Flávia Cattan-Naslausky. "É histórico fluxo negativo neste mês (dezembro). Há um nervosismo de final de ano", acrescentou o gerente de câmbio da Icap Brasil, Ítalo Abucater. Antes da divulgação do PIB no terceiro trimestre, a expectativa era de que, depois da formação da Ptax o dólar pudesse retornar para um nível inferior a R$ 2,10. Mas, com a divulgação do PIB no terceiro trimestre mostrando atividade econômica ainda frágil, agentes do mercado falam em nível mais elevado de teto informal para o dólar do que se pensava antes do conhecimento do número. "Supostamente, a banda (com teto) de R$ 2,10 seria o ponto de entrada do BC, o que não está se mostrando", observou o gerente de câmbio Multi Money Corretora de Câmbio, Durval Correa. "Se quiser falar em novo patamar (para o dólar) poderia ser entre R$ 2,00 e R$ 2,15, mas depende da inflação. Se começar piorar (a perspectiva inflação), BC pode empurrar para baixo de R$ 2,10", destacou Flávia, do RBS. O Banco Central não rolou o lote remanescente do swap cambial reverso que vence em 3 de dezembro. Cerca da metade do total de aproximadamente US$ 3,1 bilhões já havia sido liquidada. No mercado doméstico, o dólar à vista fechou na máxima do dia, cotado a R$ 2,1270 no balcão, com alta de 1,38%. Para fechamento, tal valor do dólar é o maior desde 05 de maio de 2009, quando a moeda norte-americana ficou em R$ 2,148. Em variação diária (intraday), o preço da moeda foi o mais alto desde 06 de maio de 2009, quando a cotação ao longo do pregão atingiu R$ 2,130. Na semana, os ganhos do dólar totalizam 2,11% e somam 4,78% no mês. No ano, o avanço acumulado já é de 13,80%. Nesta sexta-feira, na mínima do dia, o dólar tocou R$ 2,0950. O giro financeiro foi forte e somava US$ 2,325 bilhões (US$ 2,243 bilhões em D+2) perto das 17 horas. Na BM&F, a moeda spot fechou em R$ 2,1070, com alta de 0,47% e três negócios (dado preliminar). No mesmo horário, o dólar para dezembro de 2012 estava cotado a R$ 2,107 (+0,38%)

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