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Dólar tem terceira sessão de alta seguida, mas termina abaixo de R$ 3,10

Alta foi impulsionada por preocupação com o futuro do ajuste fiscal após a ausência de Joaquim Levy no anúncio do corte do Orçamento

Por Denise Abarca
Atualização:

SÃO PAULO - O dólar consolidou sua terceira sessão seguida de alta ante o real e chegou a romper a marca de R$ 3,10, mas fechou mais perto das mínimas do que das máximas. O desempenho da moeda foi amparado por fatores domésticos, uma vez que o feriado do Memorial Day nos Estados Unidos enfraqueceu o mercado de moedas no exterior. O dólar à vista terminou em R$ 3,099 (+0,36%) no balcão. Oscilou da máxima de R$ 3,1310 (+1,39%) à mínima de R$ 3,098 (+0,32%). 

O dólar operou em alta durante toda a sessão, mas as máximas foram batidas pela manhã, com os investidores preocupados com o futuro do ajuste fiscal, pois nesta semana serão discutidas no Senado as Medidas Provisórias 664 e 665, que endurecem as regras de benefícios previdenciários e trabalhistas. Além disso, pairou um mal-estar com a ausência do ministro Joaquim Levy no anúncio do contingenciamento na sexta-feira, que levantou a discussão sobre divergências no valor do corte em relação ao Ministério do Planejamento.

Levy disse que não compareceu ao evento de anúncio do corte do Orçamento porque estava gripado, e fala acalmou os ânimos do mercado Foto: Andre Dusek/Estadão

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No início da tarde, declarações do ministro aliviaram um pouco as tensões, levando o dólar a renovar mínimas, e os investidores que compraram moedas pela manhã devolveram parte do movimento na etapa vespertina.

Levy, em entrevista coletiva, negou que houvesse qualquer divergência com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, com relação ao valor do contingenciamento do Orçamento, fixado em R$ 69,9 bilhões, por causa da sua ausência na cerimônia de anúncio. "Não houve divergência. Estava gripado", disse. E logo em seguida emendou uma tosse que arrancou risadas das pessoas presentes. Ele garantiu ainda que em nenhum momento pensou em deixar o governo e a cadeira de ministro da Fazenda.

Bolsa. A Bovespa fechou em alta hoje, também ajudada pelas declarações de Levy.. O volume de negócios na Bolsa brasileira foi bastante reduzido, visto que as principais bolsas internacionais não funcionaram hoje em virtude de feriados nos Estados Unidos e em alguns países da Europa. No fim, o Ibovespa subiu 0,43%, aos 57.609,25 pontos, conduzido principalmente pelos papéis de bancos e da Vale. 

Segundo profissionais do mercado consultados pelo Broadcast, serviço da Agência Estado, a alta do Ibovespa veio após o índice acumular perdas ao redor de 5% na semana passada. "Há alguma recuperação porque a última semana foi muita negativa. Também não podemos esquecer que hoje é um dia de baixa liquidez e noticiário fraquíssimo para as empresas", afirmou o economista da Elite Corretora Hersz Ferman. Ele destacou também que o discurso do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, no fim da manhã, contribuiu para a melhora do sentimento.

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